Apostar na produção
A produção interna de 100 milhões de toneladas de milho já seria possível sem que houvesse grandes impactos na rentabilidade. Essa
é a avaliação do agrônomo Thomé Luiz Freire Guth, da Conab. Lembra que a criação de aves e suínos também tem a tendência de cresci-
mento e poderá aumentar se o cereal for ofertado a preço razoável. “Hoje, mesmo que o produto esteja disponível para compra, falta di-
nheiro para a comercialização”, diz o presidente executivo da Abramilho, Alysson Paolinelli. Os produtores de proteína animal necessitam
de apoio governamental para comprar o grão. “Se o governo não compreender isso, vai acontecer um desastre maior”, enfatiza.
Por outro lado, os produtores de milho devem ficar cada vez mais atentos aos movimentos do cereal na Bolsa de Chicago, bem como
as paridades futuras, buscando, sempre que possível, realizar o travamento de posições futuras para garantir a comercialização de parte de
sua produção a preços que garantam a rentabilidade e o pagamento dos custos de produção. Conforme Guth, este fenômeno vem acon-
tecendo há duas safras e começa a se desenhar para o ciclo 2016/17, com cotações acima de R$ 21,00 por saca de 60 quilos no Norte do
Mato Grosso em julho e agosto de 2017. Por essa razão, é primordial que os produtores de carnes também fiquem atentos a esta nova sis-
temática de comercialização do milho no Brasil.
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