Portos de partida
O milho brasileiro é exportado a granel. Pode ocorrer, em casos extremamente específicos, de estes grãos serem enviados em con-
têineres. No aspecto logístico, o Porto de Santos foi o principal ambiente de embarque utilizado para a exportação do milho em 2015,
com 15,7 milhões de toneladas, representando mais de 50% do total negociado. Também indicou incremento de 77% em comparação
com o desempenho registrado em 2014.
A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) destacou a maior utilização de portos que antes não eramdemandados para o
escoamento do milho. Os de Itaqui, em São Luís, no Estado do Maranhão, e de Vila do Conde, em Barcarena, no Pará, contribuíram com au-
mento de mais de 2 milhões de toneladas embarcadas em 2015, em comparação como exportado por estes mesmos portos no ano anterior.
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Os milhocultores brasileiros obtiveram
resultados históricos em 2015, primeiro co-
lhendo o recorde de 84,73 milhões de to-
neladas de milho na safra 2014/15 e depois
embarcando o maior volume de todos. Ao
longo do ano de 2015, as vendas externas
totalizaram 30,745 milhões de toneladas,
46,69% acima do enviado no ano anterior,
de acordo com a Associação Nacional dos
Exportadores de Cereais (Anec). Até então, a
maior transação, de 26,6 milhões de tonela-
das, havia sido registrada em 2013. O Brasil
ocupa o segundo lugar entre os maiores ex-
portadores de milho do mundo, sendo su-
perado apenas pelos Estado Unidos.
O embarque nacional foi favorecido
pela melhora da competitividade do cereal
brasileiro em função da valorização do dó-
lar, além da maior disponibilidade do grão.
Conforme Sérgio Mendes, diretor-Geral da
Anec, o milho do Brasil apresenta caracte-
rísticas similares às do grão negociado pelos
outros países no mercado externo. “A Co-
missão Técnica Nacional de Biossegurança
(CTNBio) toma muito cuidado para que os
eventos geneticamente modificados aprova-
dos aqui não venham constituir problemas
para nossos consumidores”, destaca.
Devido à metodologia diferente, o sistema
Agrostat doMinistério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa) aponta que os negó-
cios externos foram de 28,902 milhões de to-
neladas, com receita de US$ 4,937 bilhões em
2015. Em relação aos resultados de anos ante-
riores, o faturamento foi inferior, apesar de os
volumes terem sidomenores.
O diretor-geral da Anec explica que os
anos de 2012 e 2013 foram excelentes em
termos de preço das commodities. Portan-
to, o valor unitário acabou sendo mais im-
portante do que o acréscimo nos volumes
verificados nos anos de 2015 e 2016. “Isto
é, o incremento no volume em 2015 não
foi suficiente para compensar os valores
unitários praticados em 2012 e 2013, anos
excepcionais para as commodities de uma
forma geral”, declara.
Em junho de 2016, Mendes avaliava que,
com os fundos internacionais voltando-se
para as commodities agrícolas, era possível
que ocorresse uma retomada nos preços.
“E, portanto, um eventual acréscimomais do
que proporcional nas receitas, em consequ-
ência dos volumes maiores”, comenta.