Mais do que o dobro
Os embarques de milho do Brasil totalizavam 12,212 milhões de toneladas e receita de US$ 2,020 bilhões entre janeiro e abril de 2016,
de acordo com números do sistema Agrostat, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). No mesmos meses de 2015, os
resultados eram de 5,134 milhões de toneladas e de US$ 964,829 milhões. “A quase totalidade do milho exportado em 2016 está vindo da
mão para boca. Isto é, o cereal colhido em 2016, é exportado no mesmo ano”, ilustra Sérgio Mendes, diretor-geral da Anec.
33
O Brasil não deve repetir em 2016 a
exportação recorde de 30,745 milhões
de toneladas de milho que registrou no
ano anterior. A Associação Nacional dos
Exportadores de Cereais (Anec) projeta-
va que os envios poderiam chegar a 30
milhões de toneladas ao longo do ano,
quando a previsão para a temporada
2015/16 era de 82 milhões de toneladas.
Destas, 54 milhões de toneladas seriam
colhidas na safrinha, que, em geral, tem o
mercado externo como principal destino.
No entanto, a Anec teve de refazer os
cálculos depois que a Companhia Nacio-
nal de Abastecimento (Conab) apontou
no nono levantamento da safra brasileira
de grãos, divulgado em junho, que a pro-
dução brasileira do ciclo 2015/16 poderia
registrar queda de 8,5 milhões de tone-
ladas de milho. "Já refizemos a previsão
de exportação para 2016, considerando
as quebras do Centro-Oeste e reduzindo
os volumes exportados para 23 milhões
de toneladas", relata Sérgio Mendes, dire-
tor-geral da Anec. Também observou que,
dependendo do transcorrer dos aconte-
cimentos, o volume enviado poderá ser
ainda menor.
O cenário positivo para o setor expor-
tador de milho do País também considera-
va que 45% da produção de Mato Grosso,
principal produtor e exportador nacional,
já estava comercializada no início de 2016.
Segundo o levantamento da Conab, a ofer-
ta de milho do Estado cairia 8,5%, com a
colheita em curso estimada em 19,008 mi-
lhões de toneladas. Em relação ao come-
ço de 2015, apenas 20% da produção de
Mato Grosso estava compromissada. De
acordo com a Anec, o movimento de ante-
cipação das compras ocorre principalmen-
te devido às projeções de desvalorização
do real frente ao dólar para 2016.
Sobre as vendas antecipadas do milho,
Mendes frisa que, na medida do possível,
seriam honradas. "Existirão casos de que-
bra de safra confirmada. Nessa situação,
os compromissos terão de ser refeitos",
explica. Além disso, em junho de 2016,
os valores pagos pelo milho no mercado
interno estavam superiores aos negocia-
dos no mercado internacional, indican-
do que a exportação seria mais rentá-
vel. Conforme Mendes, os compromissos
com o mercado exterior devem ser hon-
rados, ainda que os preços do mercado
interno sejam melhores. "Os contratos
que a produção assume com os expor-
tadores tem de ser respeitados", reafir-
ma Mendes. Isso porque o cumprimento
dos contratos pressupõe confiança, con-
dição sine qua non para que o Brasil –
ou qualquer outro País – seja considera-
do fornecedor de confiança. "O respeito
aos contratos assumidos constitui a alma
do nosso negócio", resume.
Grãos contados
O setor exportador de milho projeta que os embarques poderão chegar a
23milhões de toneladas – oumenos – em2016, devido à queda de safra
O cumprimento dos contratos assumidos
pelo setor reforça a relação de confiança
ABASTECIMENTO EXTERNO
Foreign supply
Ano
US$
Toneladas
2010 2.122.167.536 10.736.778
2011 2.624.194.064
9.459.144
2012 5.284.861.057 19.772.337
2013 6.304.694.989 26.621.303
2014 3.925.792.441 20.630.790
2015
–
30.745.236
2015 4.937.592.604 28.902.801*
Fonte:
Anec e *Agrostat/Mapa.
Evolução das exportações brasileiras demilho