Jornal da Emater - Setembro de 2017 - page 2

EDITORIAIS
Tarcísio José Minetto
– Secretário de
Estado do Desenvolvimento Rural,
Pesca e Cooperativismo
Clair Tomé Kuhn
– Presidente
da Emater/RS e superintendente
geral da Ascar
A
agricultura familiar foi um dos prin-
cipais destaques da Expointer 2017,
consolidando-se no gosto do público
e registrando acréscimo de 40% nas
vendas em relação ao ano passado. A orga-
nização das agroindústrias serve de exemplo
para o empreendedorismo rural e sinaliza
um dos caminhos possíveis a serem segui-
dos. Outro segmento promissor para os agri-
cultores familiares é o mercado institucional
de alimentos, para o qual as famílias devem
se organizar em cooperativas.
As compras efetuadas pelo poder públi-
co por meio do Programa de Aquisição de
Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de
Alimentação Escolar (Pnae) formamummer-
cado cativo que deve ser observado pelas co-
operativas. A legislação atual determina que
os órgãos da administração pública federal
comprem, no mínimo, 30% dos gêneros ali-
mentícios da agricultura familiar. É algo pro-
pício, mas que exige adequação e profissio-
nalização das cooperativas.
Para estaremaptas a fornecer alimentos ao
PAA e ao Pnae, as organizações devem inves-
tir em capacidade de produção e de logísti-
ca, itens observados nas chamadas públicas.
Para otimizar a produção, é fundamental o
uso das boas práticas e a assistência técnica,
processos emque os técnicos da nossa conve-
niada Emater/RS-Ascar atuamno cerne.
Para estes fins, o Programa de Extensão
Cooperativa, executado por sete Unidades
de Cooperativismo da Emater/RS-Ascar no
Estado, atende 198 cooperativas gaúchas, a
maioria do ramo agropecuário, com foco nos
agricultores familiares. É realizado um traba-
lho de orientação às cooperativas, visando
as melhores práticas de gestão e organização
para mercados institucionais e locais. Cada
unidade conta com uma equipe multidiscipli-
nar, formada por engenheiros agrônomo e de
alimentos, sociólogo, contador, administra-
dor e profissional de desenvolvimento rural.
O investimento em logística também é es-
sencial para que a produção possa ser esco-
ada sem perdas para os produtores. Dentro
do Programa de Apoio e Desenvolvimento do
Cooperativismo, a ação de Regionalização do
Abastecimento já contemplou cooperativas
com recursos para investimento em abasteci-
mento, como silos, e transporte, como cami-
nhões, extinguindo a dependência de atraves-
sadores na venda da produção. Fortalecidas as
cooperativas, elas ajudam a estabelecer uma
rede de combate à insegurança alimentar, ao
mesmo tempo emque se desenvolvem.
O
s resultados positivos registrados a
cada ano no Pavilhão da Agroindús-
tria Familiar na Expointer demons-
tram a importância das agroindús-
trias para o desenvolvimento do meio rural
gaúcho, gerando aumento de renda para as
famílias que vivem e produzem no campo e
promovendo a sucessão rural. A cada três dias
o trabalho conjunto da Emater/RS-Ascar e da
Secretaria Estadual do Desenvolvimento Ru-
ral, Pesca e Cooperativismo (SDR/RS) torna
possível a legalização de uma nova agroindús-
tria familiar no Rio Grande do Sul, o que con-
tribui para a permanência dos jovens nas pro-
priedades, já que não há atividade profissional
melhor doque a executada emseupróprio ne-
gócio, comqualidade de vida e rentabilidade.
Na 40ª Expointer, a agricultura familiar ba-
teu novo recorde histórico de comercializa-
ção. O volume de vendas foi 40% superior ao
da edição passada: a 19ª Feira da Agricultura
Familiar totalizou R$ 2,851 milhões comer-
cializados, contra R$ 2,033 milhões em 2016.
Os números foram apresentados pelo gover-
nador José Ivo Sartori emcoletiva de impren-
sa de encerramento da feira.
Há uma série de razões que explicam o
avanço significativo da agroindústria fami-
liar. Além de uma semana inteira de tempo
bom, contribuíram para este desempenho a
melhoria contínua dos produtos da agricul-
tura familiar, a grande diversidade e, princi-
palmente, o reconhecimento da sociedade
para a segurança alimentar encontrada nos
produtos coloniais, resultado do Programa
Estadual da Agroindústria Familiar (Peaf), da
SDR, que é executado pela Emater/RS-Ascar.
A variedade nas bancas, que expuseram
mais de 200 produtos diferentes, com di-
versas inovações e novos sabores, além de
uma área especial para a produção orgânica,
foram outros pontos que favoreceram o sal-
do positivo. A evolução das agroindústrias
decorre da iniciativa dos empreendedores
rurais e também do trabalho do governo do
Estado e da Emater/RS-Ascar para orientar a
formalização das agroindústrias, estimular o
empreendedorismo rural e promover a me-
lhor gestão sustentável das propriedades.
Ao longo da Expointer, em solenidade na
Casa de Governo, o governador Sartori certifi-
cou a milésima agroindústria legalizada pelo
Peaf. ASDRpromoveuoconcursodeprodutos,
noqual especialistasdeuniversidades, pesqui-
sadores e jornalistas elegeramos melhores em
10 categorias. O Pavilhão da Agroindústria Fa-
miliar apresentou o trabalho de 1.340 famílias,
oriundasde118municípiosgaúchos, emforma
dequeijos, embutidos, vinhos, sucos, artesana-
to indígena, plantas e flores.
Mercado institucional:
a vez das cooperativas
Agroindústria e promoção
do desenvolvimento rural
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