CARINA CAVALHEIRO
“E
u tenho orgulho
do que produzi-
mos e comerciali-
zamos. Faço com
alegria”. É assim que a agricultora
Rosane Chemin se refere às hor-
taliças cultivadas na propriedade
da família, na localidade de Si-
nimbuzinho, distante dois quilô-
metros da sede do município de
Boqueirão do Leão. Rosane é a
responsável pela comercialização
da produção, enquanto o marido
Luís e o filho Rodrigo cuidam dos
diferentes cultivos nos dois hecta-
res da propriedade rural. Os filhos
menores, Felipe e Fernando, pres-
tam ajudam no horário alternado
comas tarefas escolares.
Entre os principais cultivos es-
tão variedades de alface, couve,
brócolis, repolhoe temperoverde,
todos produzidos de forma sus-
tentável, sema utilização de agro-
tóxicos para o controle de pragas
e doenças. “Participei de um cur-
so de Agroecologia da Emater na
cidade de Montenegro e vi que
nãoprecisava capinar tanto, queo
mato também pode ajudar, e isso
facilitou o trabalho”, relata Luís.
Embora na propriedade da
família também seja cultivado
fumo, o isolamento natural com
diversas espécies de árvores e a
distância entre as áreas de pro-
dução garantem a qualidade dos
alimentos produzidos. “A proprie-
dade está em fase de transição,
buscando adequações como bar-
reiras físicas, interação como am-
biente para conservar e aumentar
a fertilidade dos solos, além de
outros benefícios”, explica a téc-
nica em Agropecuária da Emater/
RS-Ascar Celita Persich Peterson.
A propriedade dos Chemin é uma
das que conta com a orientação
técnica da instituição, tanto em
visitas à propriedade quanto nos
diversos cursos nos Centros de
Treinamento.
A família vende a produção
de duas formas: direto ao consu-
midor e também pelo Programa
Nacional de Alimentação Escolar
(PNAE). Nesta últimamodalidade,
a negociação acontece por meio
da Cooperativa Leoboqueirense
de Agricultores Familiares (Coo-
perlaf). “A prioridade é atender
às demandas da cooperativa, e o
excedente vai para a comunida-
de local. A comercialização das
hortaliças é o que dá mais lucro
hoje, pois possui o menor custo
de produção, e o que sobra da
horta serve para alimentar os
animais e também para adubo”,
afirma Rosane. Além do tabaco,
a propriedade ainda conta com
atividades como bovinocultu-
ra de leite, com quatro animais;
avicultura colonial, com 180 ga-
linhas; apicultura e fruticultura
para a diversificação da renda.
olericultura
Éorgânicomesmo
EmBoqueirãodo
Leão,produtores
dehortaliçasse
preparampara
atuarjuntosna
ÁREAdeprodutos
orgânicos
Satisfação:
FamíliaChemin, em
Sinimbuzinho, nomunicípio de
Boqueirão do Leão, diversificou
apropriedade como cultivo
de vários tipos de hortaliças,
produzidas de forma sustentável
12
JORNAL DA
EMATER
setembrO de 2017