Taline Schneider
H
á cinco anos a família Dariva repete o
ritual de sair do interior de Erechim e
percorrer mais de 360 quilômetros até
o Parque Assis Brasil, em Esteio, para
participar da Expointer. Na edição de 2017, os
Dariva encerraram a participação degustando o
recorde de 1,2 mil quilos de queijo comercializa-
dos,cercade30%amaisdoquenoanopassado.
O empreendimento da família é um exem-
plo clássico de sucessão bem conduzida. De
acordo com Bruna, a filha única dos proprie-
tários, e que assumiu o empreendimento, em
parte o bom desempenho deste ano deve-se
ao clima favorável dos dias de feira. “E também
ao crescente interesse dos consumidores em
produtos coloniais diferenciados e de qualida-
de, além do investimento em tecnologia, co-
nhecimento e boas práticas”, salienta.
OsorrisodeBrunanãoéoúnicodepoisdaEx-
pointer. No volume total denegócios, oPavilhão
da Agricultura Familiar nunca vendeu tanto. O
aumento chegou a 40% nas vendas em relação
a2016,movimentandodeR$2,8milhões.
Para o secretário de Desenvolvimento Rural,
Pesca e Cooperativismo (SDR), Tarcísio Minotto,
há uma série de razões que explicam o avanço
significativodaagricultura familiar. “Alémdeuma
semana inteira de bom tempo, amelhoria contí-
nuadosprodutosdaagriculturafamiliar,agrande
diversidadee, principalmente, o reconhecimento
da sociedade em torno da segurança alimentar
encontrada nos produtos coloniais contribuíram
para este resultado, que superou todas as expec-
tativas”,comemorou.Aolongodafeira,oPavilhão
da Agricultura Familiar apresentou o trabalho de
1.340 famílias, de 118 municípios gaúchos, em
formadequeijos, embutidos, vinhos, sucos, arte-
sanato indígena,plantase flores.
A variedade das 201 bancas que expuseram
diferentes produtos, dos mais tradicionais aos
mais inovadores em sabores, além de uma área
especial para a produção orgânica, também é
considerada um dos fatores de sucesso. Minetto
afirma ainda que a evolução das agroindústrias
familiares decorre da iniciativa dos empreende-
dores rurais e igualmente do trabalhopara orien-
Agroindústria
Gulapor
bonsnegócios
PavilhãoRESERVADO
àAgricultura
Familiar REGISTROU
aumentode40%nAS
VENDASNaexpointer,
TENDOMOVIMENTADO
R$2,8MILHÕES
Fotos:RogérioFernandes
Pelo sexto ano consecutivo,
na Expointer, a SDR realizou
oConcurso de Produtos da
Agroindústria Familiar, que temo
objetivo de valorizar aprodução
dos pequenos produtores.
Pesquisadores, especialistas
de universidades e jornalistas
elegeramosmelhores das
seguintes categorias:
VinhoTintoFinoSeco
1) DomBôrtolo (FloresdaCunha);
2) Paludo (MarquesdeSouza);
3) Adams (NovaPetrópolis)
VinhoTintodeMesaSeco
1) Coopeg (Garibaldi); 2) Paludo
(MarquesdeSouza);
3) Adams (NovaPetrópolis)
SucodeUva Integral
1) SertãoSantana (Sertão
Santana); 2) Carraro (Monte
AlegredosCampos); 3) Coopeg
(Garibaldi)
QueijoColonial
1) LaticíniosPipo (NovaRomado
Sul); 2) Ferrari (CarlosBarbosa);
3) PuroSabor do Interior
(Farroupilha)
SalameTipoItaliano
1) EmbutidosBergamaschi
(FagundesVarela); 2) Saci
(Crissiumal); 3) Agnolin (Nova
Bassano)
SalameTipoColonial
1)EmbutidosFioresi (Tupanciretã);
2) Antenor Araldi (Farroupilha);
3) Ferrari (CarlosBarbosa)
CachaçaPrata
1)DestiladosSantin(PintoBandeira);
2)HarmonieSchaps(Harmonia);3)
CasaBucco (BentoGonçalves)
Cachaça
EnvelhecidaPremium
1) CasaBucco (BentoGonçalves);
2) VelhoAlambique (SantaTereza);
3)HarmonieSchnaps (Harmonia)
Mel
1) ApiculturaTeixeiraTX (Caçapava
doSul); 2) Schüller (Agudo); 3)Mel
Primavera (BomRetirodoSul)
Produtos premiados
• Auxiliar na tomada de decisão dos agricul-
tores quedesejam iniciar aatividadedeagroin-
dústria familiar e apoiar a continuidade de
agroindústrias existentes.
•Discutireorientarquantoàviabilidadeeco-
nômica do projeto da agroindústria e quanto à
vocação familiar para sua construção.
• Orientar quanto à oferta e ao consumo de
alimentos seguros.
• Promover a agroindústria familiar como
recursoparamanutençãoda culturaalimentar.
• Apoiar a legalização de agroindústrias fa-
miliares, reduzindo o grande número de em-
preendimentos informais.
• Planejar e trabalhar com pequenas produ-
ções tradicionais, que, com assistência técnica
continuada,podemser legalizadas.
• Orientar para a comercialização dos produ-
tos no mercado mais adequado para o empre-
endimento e para a necessária aproximação da
agroindústria ao consumidor que se evidencia
nosprocessosdecomercialização.
• Evidenciar a preocupação com a matéria-
-prima utilizada no processamento e com a
manutenção do jeito de fazer artesanal na
produção.
• Assistência técnica na agroindústria fami-
liar periódica e continuada; ou seja, ela não ter-
minacoma legalizaçãodoempreendimento.
•Consolidar peranteopúblicobeneficiário
a agroindustrialização como alternativa de
desenvolvimento, renda e sucessão familiar.
MilaCarolinaPereiraNoronha,eng.agrícola
doSetordeAgroindústriadaEmater/RS-Ascar
tar a formalizaçãodas agroindústrias, estimular o
empreendedorismo rural e promover a melhor
gestão sustentável das propriedades. “A agroin-
dústria tambémcontribui para evitar o êxodo ru-
ral, pois os jovens veem na agroindustrialização
umaformadeterboaqualidadedevidanocam-
po”, frisounaavaliaçãoao final doevento.
UMA AGROINDÚSTRIA
LEGALIZADA ACADATRÊSDIAS
O Programa Estadual de
Agroindústria Familiar tem colo-
cado uma agroindústria legaliza-
da no mercado a cada três dias.
Em 2017, 97 agroindústrias foram
incluídas no programa, empreen-
dimentos legalizados na parte tri-
butária, sanitária e ambiental. De
acordo com a Secretaria Estadual
do Desenvolvimento Rural, Pesca
e Cooperativismo (SDR/RS), até o
mês de agosto o programa regis-
tra 2.936 agroindústrias cadastra-
das e 1.053 agroindústrias inclu-
sas no Peaf. Este número relata
a representatividade da política
pública instituída e a aceitaçãodo
público ao programa de Estado.
AtuaçãodaEmater/RSAscarnotrabalhocomagroindústriafamiliar
10
JORNAL DA
EMATER
setembrO de 2017