Revista AgroBrasil - 2016/2017 - page 61

PERFIL
Carlos Magno é graduado em Engenharia Agronômica pela Universidade Fe-
deral de Viçosa e mestre em Animal Sciences pela University of Kentucky (EUA).
Ingressou na Embrapa em 1974 e desde 2010 é chefe-geral da Embrapa Pesca e
Aquicultura. Foi presidente da Embrapa de maio de 1989 a maio de 1990 e chefe-
-geral da Embrapa Cerrados, de Planaltina (DF), em três ocasiões. Presidente da
Sociedade Brasileira de Zootecnia (FBZ) de julho de 1994 a julho de 1995, também
foi secretário de Estado da Agricultura de Roraima, em 2005. Foi presidente da
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater DF)
de 2007 a 2009. No Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa),
foi assessor especial do secretário de Defesa Agropecuária de maio de 2005 a de-
zembro de 2006. Desde novembro de 2014 é presidente da Sociedade Brasileira
de Aquicultura e Biologia Aquática.
CONCORRÊNCIAEXTERNA
Acompradepescadodomercadoexternocaiu18%em2015, totalizando330
mil toneladas, contra as 403 mil toneladas registradas no ano anterior, confor-
medados doMinistérioda Indústria, ComércioExterior eServiços (MDIC). Avalo-
rização do dólar face ao real, que se iniciou em2015 e se acentuou em2016, au-
mentouocustode importaçãodepescado. A identificaçãodos efeitos diretos da
importação sobre a aquicultura nacional é dificultada por se tratar de espécies
diferentes. “A menor oferta de pescado importado e o aumento do preço final
beneficiamindiretamente todaa cadeiabrasileira, hajavistaamenor concorrên-
cia por preço”, destaca Carlos Magno, chefe-geral da Embrapa Pesca e Aquicul-
tura. Entretanto, esse efeito émais sentido no segmento de filés congelados, no
qual a cadeia produtiva da tilápia é bastante presente.
Com a 14ª maior produção mundial, o Brasil é considerado importante
ator da aquicultura global por instituições como o banco holandês Rabobank,
maior financiador da agricultura no mundo, e o Banco Nacional de Desenvol-
vimento Econômico e Social (BNDES). Para Magno, o País dispõe de potencial
para se tornar fornecedor de pescadosmas necessita comurgência simplificar
o licenciamento ambiental. “A cadeia produtiva precisa dos mesmos incenti-
vos que outras de produção animal recebem, como a isonomia na isenção da
cobrançadoProgramade IntegraçãoSocial (PIS) edaContribuiçãopara Finan-
ciamento da Seguridade Social (Cofins) nas rações”, cita Magno.
Ele ainda enfatiza a necessidade de investir empesquisa e tecnologia, à se-
melhança do que vem sendo feito em outras cadeias produtivas do agrone-
gócio há algumas décadas. A Embrapa concentra suas pesquisas nas espécies
mais representativas daaquiculturanacional (tilápia, tambaqui e camarão), in-
cluindo outras que apresentampotencial demercado, como o pirarucu. Os es-
tudos são focados nas etapas que apresentam os maiores desafios para au-
mento da produção e da produtividade: genética, nutrição e sanidade.
Na avaliação de Carlos Magno, a aquicultura representa a oportunidade
para diversificar a economia na produção de alimentos de uma proteína no-
bre, que apresenta maior demanda mundial a cada dia. Dentre as vantagens
competitivas do Brasil estão as condições de clima e a alta oferta de grãos,
principal insumo das rações para peixes e que representa cerca de 70% dos
custos de criação. “A produção sustentável da aquicultura deverá dar suporte
para o País aumentar a segurança alimentar da sua população, enquanto gera
empregos e aumenta a renda”, conclui.
Jefferson Christofoletti
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