vantados por entidades setoriais e indús-
trias levou a algum impasse.
Até o final de janeiro, apenas a Souza
Cruz havia oficializado reajuste na tabela
de preços do tabaco, em 2,2%. “Em geral,
os preços de 2017 não estiveram no nível
desejado pelos agricultores. Esperava-se
mais, mas a boa safra, que trouxe qualida-
de e oferta de produto, também teve refle-
xos nos preços praticados”, reconhece.
Considerando as três variedades de ta-
baco (Virgínia, Burley e Galpão), a produti-
vidade cresceu 22%, para 2.365 quilos, re-
cuperando em parte a queda ocorrida pelo
clima adverso no período 2015/16. Com
maior oferta, a safra 2016/17 gerou retra-
çãode 13,3%no valor, que obtevemédia de
R$ 8,63 por quilo. Commaior volume nego-
ciado, a renda bruta evoluiu 16,4%, para R$
6,09 bilhões. O custo de produção na safra
2016/17 no Sul do Brasil alcançoumédia de
R$ 20.702,00 por hectare, segundo a Afubra.
O mercado brasileiro continuou em re-
tração, conforme o setor, em especial pelo
avanço das restrições tributárias e antitaba-
gistas e pela intensificação do contrabando
e da pirataria de cigarros. Por outro lado, o
País tem o que comemorar: 25 anos conse-
cutivos de liderançamundial na exportação
do tabaco, de 1993 a 2017. De acordo com
o Ministério do Desenvolvimento, Indús-
tria e Comércio Exterior (MDIC), em 2017 fo-
ramexportadas 462mil toneladas, gerando
movimentação de US$ 2,09 bilhões.
“Após um primeiro semestre com
queda de 15%, os embarques se intensi-
ficaram, mantendo o tabaco em folha en-
tre os importantes produtos da pauta de
exportações e assegurando novamente a
liderança do País no mercado mundial”,
afirma Iro Schünke, presidente do Sindi-
cato Interestadual da Indústria do Taba-
co (SindiTabaco).
Praticamenteumterçodas exportações
mundiais de tabaco tem origem no Brasil.
O produto representa 1% no total das ex-
portações brasileiras de 2017 e 9,2% dos
embarques do Rio Grande do Sul. Ao lon-
go de 2017, 94 países-clientes importaram
tabaco em folha do Brasil. Do volume, 60%
eve oito países como destino: Bélgica, Chi-
na, Estados Unidos, Itália, Indonésia, Ale-
manha, Rússia e Coreia do Sul.
No cenário mundial, apenas a China su-
pera emprodução o Brasil, que possui mais
de 150 mil produtores, em 566 municípios,
com 40 mil empregados diretos na indús-
tria e perto de 300 mil hectares plantados a
cadaano. Em2018, expectativaéde superar
os resultados nas exportações.
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