O
s consumidores nacionais
e internacionais estão cada
vez mais exigentes, e os mer-
cados são formados por nor-
masquebalizamaqualidade.
Projetando um futuro de novos paradigmas
paraocomércionacionaleglobal,oMinisté-
rio da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-
to (Mapa) oficializou as regras da Produção
Integrada de Arroz (PIA). O programa esta-
belece modelo produtivo e industrial base-
ado em práticas agrícolas sustentáveis, que
seráauditadoe receberáoselodeconformi-
dade (Brasil Certificad) do InstitutoNacional
de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (In-
metro), reconhecido nomundo.
As Normas Técnicas Específicas (NTE)
foram publicadas ao final de 2016, após
14 anos de estudos. A coordenação é da
pesquisadora Maria Laura Turino Mattos,
da Embrapa Clima Temperado, de Pelotas
(RS), que prepara os cursos de capacitação
de produtores, indústrias e auditores ainda
para 2017. A adesão é voluntária, mas nos
treinamentos-pilotos mais de 300 arrozei-
ros do Rio Grande do Sul, de Santa Catari-
na e de Tocantins participaram.
Conforme Maria Laura, a normativa es-
tabelece padrões a um cereal diferencia-
do, commaior visibilidade e agregação de
valor, alémde alinhar o sistema produtivo
às legislações vigentes. O programa eleva
a competitividade do arroz brasileiro pelo
diferencial de uso de boas práticas agrí-
colas, ambientais e sociais, além do selo
de conformidade, da rastreabilidade e da
segurança na idoneidade e na integrida-
Saltoparao
futuro
BrasilformalizaaProduçãoIntegrada
doArroz(PIA)eabrecaminho
paraumanovarealidadedeganhos
aolongodetodaacadeiaprodutiva
Perspectiva é de que o grão alcance novo patamar no mercado externo
do Rio Grande do Sul (Federarroz), con-
siderou a proposta muito interessante.
“Há produtores que já participaram de
um projeto-piloto e consideram que a ob-
tenção do selo do Inmetro pode abrir uma
oportunidade para atendermercadosmais
exigentes e valorizar o arroz”, explica. Nes-
te sentido, entende que a proposta é atra-
ente, mas exige tempo e uma análisemais
profunda para se consolidar.
A pesquisadora Maria Laura Turino Mat-
tos enfatiza que a PIA é um sistema moder-
no, baseadoemboaspráticasagropecuárias,
que as instituições de pesquisa e a legislação
brasileira preconizam. E lembra que ela não
cria legislações, mas se utiliza daquelas já
existentes para atender aos seus requisitos
obrigatórios que constam na NTE Arroz. “A
PIA gera demandas para a pesquisa, pois
precisa ser abastecida de tecnologias que
priorizem os mecanismos de regulação na-
turais no Manejo Integrado de Pragas (MIP).
Além disso, segue práticas que estejam em
sintonia comos pilares do Plano de Agricul-
tura de Baixo Carbono”, finaliza.
de do produto. “Isso pode consolidar a
imagem do País como fornecedor de ali-
mentos seguros e de alta qualidade, pro-
duzidos de forma sustentável, o que é um
diferencial de mercado”, resume.
Em reunião da Câmara Setorial do Ar-
roz, emfevereirode 2017, emCachoeirinha
(RS), as normas foram apresentadas à ca-
deia produtiva, convidada a aderir ao pro-
grama. Produtores consideraram isso um
avanço, mas a indústria mostrou resistên-
cia com relação aos custos. “Para a indús-
tria absorver custos, tem de repassá-los.
Então, é preciso ver se o mercado está dis-
posto a pagar esta conta”, disse André Bar-
retto, vice-presidente da Associação Brasi-
leira da Indústria do Arroz (Abiarroz).
Alexandre Velho, vice-presidente da
Federação das Associações de Arrozeiros
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VANTAGENS DA PIA
AoProdutor
* Racionalização do uso de insumos;
* Redução dos custos de produção;
* Redução de riscos ambientais;
* Uso responsável dos recursos hídricos e edáficos.
Ao Consumidor
* Garantia de alimentos seguros e de alta qualidade;
* Índice de resíduos de acordo compadrões brasileiros e internacionais;
* Rastreabilidade e certificação dos processos de produção e de pós-colheita.
À Indústria
* Agregação de valor;
* Competividade;
* Visibilidade;
* Abertura e permanência emmercados diferenciados.
Fonte:
EmbrapaClimaTemperado