É para o Oriente que se destina a maior
parte da carne suína do Brasil, quarto maior
exportador, que em 2016 voltou a cres-
cer nas vendas, ganhou os números totais
mais altos e ainda maior espaço no mundo
oriental. Até outubro, os números já ultra-
passavam os de todo o ano anterior, eram
38,1% superiores na comparação entre os
primeiros 10 meses e, no final do período,
poderiam superar a 700 mil toneladas, de
acordo com as projeções da Associação Bra-
sileira de Proteína Animal (ABPA). Assim, o
Logo após Rússia e
Hong Kong, principais
mercados, a China passa
a ganhar destaque
em 2016 entre os
importadores da carne
suína brasileira
Atração
volume exportado (83% na forma de cor-
tes) atingiria próximo a um quarto do total
produzido, enquanto em 2015 essa parcela
correspondia a 15,2%.
Já em 2015 as exportações haviam rea-
gido, para 555 mil toneladas, embora não
alcançassem as 600 mil toneladas previstas
de início e que já haviam sido ultrapassadas
em 2005, 2007 e 2009, ficando próximas
em 2012. O resultado esperado em 2016,
conforme Francisco Turra, presidente exe-
cutivo da ABPA, era baseado no comporta-
mento do mercado no segundo semestre,
em que a média dos volumes embarcados
por mês subiu para mais de 65 mil tonela-
das, enquanto nos primeiros seis meses do
ano era de cerca de 58 mil toneladas.
A receita também apresentava cresci-
mento em 2016. Enquanto em 2015 havia
ocorrido decréscimo neste item em rela-
ção ao período anterior (na ordem de 20%
em dólares), o valor apurado entre janeiro
e outubro do novo ano (US$ 1,208 bilhão)
era 13,4% superior e, em reais (R$ 4,182 bi-
lhões), ficava 19,5% acima do número ante-
cedente. Diante da dificuldade de repassar
elevados custos de produção nas vendas in-
ternas, foi buscada e atingida a ampliação
no comércio para o exterior, propiciando
certo equilíbrio, avalia Rui Vargas, vice-pre-
sidente técnico da ABPA.
Fato novo nas operações externas, desta-
ca Vargas, foi a entrada forte da China como
grande comprador, aparecendo já em tercei-
ro lugar no
ranking
de 2016, após Rússia e
Hong Kong, principais mercados, enquanto
no ano anterior figurava em 11º lugar. Até
outubro, o grande país asiático havia adqui-
rido 75,4 mil toneladas de carne suína bra-
sileira, 2.400% a mais do que volume com-
prado nos 10 primeiros meses de 2015. As
compras da Rússia não se alteraram muito
(3% a mais), enquanto as do segundo maior
comprador, Hong Kong, cresceram 45%, e
outro bommercado oriental, Singapura, re-
cuperava espaço, com elevação de 20%.
Sílvio Ávila
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