Assim como os grãos passaram a ganhar
destaque no Centro-Oeste do Brasil depois
que, por anos, a maior produção estivesse con-
centrada no Sul, a criação de pequenos ani-
mais, como suínos, que utiliza estes insumos
e se destaca nos estados do Sul e do Sudeste,
começa a crescer na região. OEstado doMato
Grosso, por exemplo, registra a maior evolu-
ção no rebanho suíno entre 2014 e 2015, con-
forme dados do Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística (IBGE), crescendo de 1,8
milhão para 2,8 milhões de animais. De acor-
do comprojeções, deverá experimentar incre-
mentomais expressivo nos próximos anos.
Regiões Sul e Sudeste
concentram a
maior produçãona
suinocultura, mas
o EstadodoMato
Grosso apresenta
o crescimentomais
significativo
vistos
A olhos
A região Sul, comos estados do Rio Gran-
de do Sul, de SantaCatarina e do Paraná, con-
centra os números mais expressivos do setor.
Quase metade do rebanho suíno (49,3%)
é desta área, sobressaindo os paranaenses,
com 7,1 milhões de animais em 2015, segui-
dos pelos catarinenses, com 6,8 milhões de
cabeças, e pelos gaúchos, com 5,9 milhões
de unidades. Em termos de abates, a Asso-
ciação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)
aponta a liderança de Santa Catarina, com
27,4% do total em 2015, tendo o Paraná na
sequência, enquanto no ano anterior o Rio
Grande do Sul figurava nesta posição.
Santa Catarina lidera também as exporta-
ções, com 35,05% do total em 2015, seguida
peloRioGrande do Sul, com33,11%, enquan-
to o Paraná responde por 12,4%. Para Airton
Spies, secretário adjunto da Agricultura de
Santa Catarina, “o sucesso na produção e na
exportação de carne suína deve-se à alta quali-
dade e aos custos competitivos, sem contar o
diferencial de excelência sanitária, comoúnico
Estado brasileiro livre de febre aftosa sem va-
cinação reconhecido pela Organização Mun-
dial de Saúde Animal, com o que tem acesso
a mercados mais exigentes, como Japão, Esta-
dos Unidos e, logomais, Coreia do Sul”.
O Paraná incrementou abates em 2015
em índice superior a 10% (no País, foi de
4,9%), conformeo InstitutoParanaensedeDe-
senvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
Aproduçãoda proteína, assimcomo a de fran-
go, cresce no Estado “embalada pela substi-
tuição, no mercado interno, do consumo de
carne bovina, mais cara, e pela consolidação
do mercado externo, além da vocação para a
atividade, combinada com a integração pro-
dutiva em pequenas propriedades, a fartura
de matéria-prima para ração e a tecnologia
aplicada à indústria”, avalia Júlio Suzuki Jú-
nior, do Ipardes.
No Sudeste, a segundamaior região na ati-
vidade, Minas Gerais (também grande pro-
dutor de milho) e São Paulo apresentam os
maiores rebanhos suínos, com respectivos
5 milhões e 1,5 milhão de cabeças. Respon-
dem, na sequência, por 11,4% e 4,75% do to-
tal brasileiro de abates em 2015. Já o Centro-
-Oeste, hoje o principal centro produtor de
grãos, ganhou o lugar do Nordeste na tercei-
ra posição das regiões criadoras de suínos,
aumentando sua participação de 13,9% para
15,7%, graças ao salto mato-grossense.
Sílvio Ávila
54