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A
fruticultura brasileira produziu
menos do que poderia nos últi-
mos anos devido às condições
climáticas desfavoráveis. As 20
principais frutíferas cultivadas
no Brasil renderam cerca de 40,953 milhões
de toneladas de frutas frescas em 2015, de
acordo com os dados mais recentes do Ins-
tituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Esse resultado significou redução de
1,7 milhão de toneladas de frutas
in natura
,
em comparação com as 42,6 milhões de to-
neladas registradas em 2014. Volumes infe-
riores foram apontados para laranja (-1,1%),
banana (-1,6%), maçã (-8,3%), melancia
(-2,4%), mamão (-8,7%), manga (-13,7%) e
melão(-11,6%).Emcompensação,aumenta-
n
n
n
Mais ou menos
A produção total de frutas frescas pode variar para mais
ou para menos, dependendo da fonte e dos critérios adota-
dos. Inclusive, o PAM 2015 do IBGE não apontou o resultado
total em toneladas. Também não incluiu os volumes obtidos
do extrativismo de espécies nativas, como o açaí e o cajá. A
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), por
exemplo, estimava que a produção de frutas frescas totaliza-
ria 44,3 milhões de toneladas em 2015 e 43,8 milhões de to-
neladas em 2016.
O resultado ainda se altera de acordo com o peso médio
utilizado para converter a produção de abacaxi e coco-da-
-baía em toneladas. O total destacado por este anuário se re-
fere a uma lista de 20 frutas, sem incluir nozes e castanha de
caju, e para abacaxi e coco-da-baía segue os critérios de con-
versão utilizados pelo Ibraf. A Embrapa Mandioca e Fruticul-
tura, de Cruz das Almas (BA), utiliza média de 1,5 quilo para
cada abacaxi. E cada coco-da-baía equivale a 400 gramas
para a Embrapa Tabuleiros Costeiros, de Aracaju (SE).
Produção de frutas caiu, depois de chegar
a 42,6 milhões de toneladas em 2014
O
tempo
nãoajudou
Pomaresbrasileiros
produziramvolumes
inferioresnosúltimos
anos, impactadospelas
condiçõesclimáticas
desfavoráveisem
váriasregiões
ramas colheitas de uva (3%), abacaxi (2,1%),
coco-da-baía (0,7%) e limão (7,1%).
Aofertade 2016poderá ser aindamenor
do que a verificada no ano anterior. Das seis
frutas mais representativas, apenas a bana-
na teria acréscimo, de 1,7%, em 2016, de
acordocomoLevantamentoSistemáticoda
ProduçãoAgrícola(LSPA),doIBGE.Oestudo
previa redução para laranja (-4,6%), abacaxi
(-2,5%), uva (-34,1%), maçã (-15,8%) e coco-
-da-baía (-10,4%). Os volumes recenseados
pelo IBGE tendem a mostrar para os anos
de 2015 e 2016 números muito próximos ou
mesmo inferiores aos de 2014, avaliava Mo-
acyr Saraiva Fernandes, presidente do Ins-
tituto Brasileiro de Frutas (Ibraf). "Estamos
verificando muitos problemas nas zonas de
produção, comestiagempersistente no Nor-
deste e chuvas, granizo e outros problemas
climáticos no Sudeste e Sul do País", frisa.
As condições climáticas adversas tam-
bém contribuíram para o declínio das ex-
portações brasileiras de frutas frescas em
2016. Fernandes observa que o clima vem
prejudicando cultivos importantíssimos,
como os de melão, mamão e maçã, este
último de forma gritante em 2016. "Estes
problemas climáticos têm sido recorrentes,
o que exige de todos estudos e pesquisas
paradeterminarmos atéqueponto sãocon-
sequências de mudanças climáticas devido
ao aquecimento global", propõe. O geren-
te técnico da Associação Brasileira dos Pro-
dutores Exportadores de Frutas e Derivados
(Abrafrutas), JorgedeSouza, destacaque as
questões relacionadas ao clima são preocu-
pantes. "As variações de temperatura estão
afetando a fisiologia das frutíferas", aponta.
A área colhida de 22 espécies frutífe-
ras totalizou 2,581 milhões de hectares em
2015, contra 2,646 milhões de hectares no
ano anterior, de acordo com a pesquisa do
IBGE. Desconsiderandoaáreaocupadapela
castanhade cajuepelas nozes, o espaço co-
lhido passou para 1,991 milhão de hectares
em 2015. As frutas que ocuparam as maio-
res áreas foram laranja (665.174 hectares),
castanhadecaju (586.523hectares), banana
(475.976 hectares) e coco-da-baía (251.665
hectares). Os maiores rendimentos médios
foram de mamão (48.333 kg/ha) e maçã
(35.284 kg/ha). Produtividades entre 25.000
kg/ha e 26.000 kg/ha foram obtidas por la-
ranja, limão, melão e abacaxi.