Anuário Brasileiro da Fruticultura 2017 - page 63

61
E
mbora a produção nacional de
mangas venha caindo desde
2010, quando foram produzi-
das 1.189.651 toneladas, o Bra-
sil ainda figura entre os maiores
produtores da fruta. Hoje, segundo dados
da Organização das Nações Unidas para a
Agricultura e a Alimentação (FAO), o País
está em sétimo lugar no
ranking
dos gran-
des produtores de manga do mundo. Em
2015, no último levantamento consolidado
do Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
tística (IBGE), foram cultivados 64.305 hec-
tares no território nacional, com colheita
de 976.815 toneladas e produtividade mé-
dia de 15.190 quilos por hectare.
Conforme o pesquisador João Ricardo
País ocupa o sexto lugar no ranking
dos maiores exportadores de mangas
n
n
n
Fronteira ampliada
Em dezembro de 2016, o Ministério da Agricultura, Pecuá-
ria e Abastecimento (Mapa) anunciou a abertura de um novo
mercado para a manga. A Coreia do Sul, um dos países mais
exigentes em relação à sanidade e à qualidade dos alimen-
tos, é o mais recente destino da fruta nacional. A parceria co-
mercial comos sul-coreanos irá fomentar as exportações e be-
neficiar em especial o Vale do São Francisco, que concentra o
maior polo produtor de frutas irrigadas do País – em torno de
85% das mangas exportadas pelo Brasil saem da região, que
abrange Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas.
Mantendoa
escrita
Diminuiçãonoplantio
demanganasúltimas
safrasnãotiraa
forçadaprodução
brasileiradafruta,
quepermaneceentre
asmaioresdomundo
Ferreira de Lima, da Embrapa Semiárido,
dePetrolina (PE), amanga estápresente em
quase todos os estados. Em 2015, os maio-
res produtores foram Bahia, com 279.680
toneladas; Pernambuco, com239.423 tone-
ladas; e São Paulo, com 184.042 toneladas.
O Nordeste brasileiro figura entre os mais
tradicionais no setor, com 45.142 hectares
colhidos naquele ano, assimcomo o Sudes-
te, quecolheuáreade17.896hectares.OSul
chegou à marca de 626 hectares, o Centro-
-Oeste, 325; e oNorte, 316 hectares.
Lima ressaltaqueasprojeçõespara2017
não demonstram retomada no crescimen-
to. “A expectativa é de estagnação da pro-
dução, ou até de recuo, devido a questões
climáticas. As principais áreas produtoras
de Pernambuco e da Bahia podem sofrer
com desabastecimento de água para irri-
gação até o final do ano, o que afetaria di-
retamente a produtividade das plantas”, ex-
plica. Caso a produção nordestina caia, o
especialista acredita que omercado interno
tende a recebermangas de pior qualidade e
mais caras, uma vez que as melhores frutas
seriamdestinadas à exportação.
“O momento é de cautela. Apenas no
meio do ano ficará mais claro o que ocor-
rerá no segundo semestre, quando chega
a grande parte da safra de manga do Nor-
deste”, frisa. Outra apreensão dos agricul-
tores, conforme Lima, são as dificuldades
de comercialização da fruta, que apresen-
ta grande flutuação de preços no merca-
do. Em uma semana, o produtor pode ter
superlucro com sua produção, mas pou-
cos dias depois amargar prejuízo com
inesperada retração. Por outro lado, a
manutenção das demandas, inclusive por
parte dos países importadores, é come-
morada pelo segmento.
Apesar do pequeno recuo nos últi-
mos dois anos, Brasil é o sexto maior ex-
portador mundial de manga. Embarcou
156.337 toneladas em 2015, com movi-
mentação de US$ 184.342.375 milhões.
Em 2016, foram exportadas 154.211 tone-
ladas (-1,36%), com negócios na ordem
de US$ 179.932.100 milhões (-2,39%). “A
qualidade da manga brasileira exporta-
da é considerada alta nos mercados inter-
nacionais”, pondera Lima. Hoje, os maio-
res compradores da fruta nacional são a
União Europeia e os Estados Unidos.
1...,53,54,55,56,57,58,59,60,61,62 64,65,66,67,68,69,70,71,72,73,...92
Powered by FlippingBook