Anuário Brasileiro da Maçã 2017 - page 42

Mais econômica, pesquisa comeste foco
É reforçada para obter resistência à Mancha Foliar
de Glomerella, com boa coloração do produto
A
o lado do intenso pro-
grama de melhoramen-
to genético convencional,
a Empresa de Pesquisa
Agropecuária e Extensão
Rural de Santa Catarina (Epagri) reforça
o trabalho de mutações ou de seleção de
clones de maçã, com o propósito de atin-
girmelhor resistência a doenças e avançar
na aparência do produto. Por meio dessa
tecnologia, é buscada a mutação espon-
tânea junto aos pomares, com pequena
alteração do DNA (ácido desoxirribonu-
cleico) da planta, de forma natural, segui-
da de seleção do melhor material.
O interessante é que isso ocorre quase
sem custo, com o apoio da natureza, lem-
bra o pesquisador
Ivan Faoro
. Ao mesmo
tempo, quando se consegue o controle de
doença, é alcançada expressiva econo-
mia de recursos no seu combate, como já
se comprova em resultados da pesquisa.
Atenção especial é direcionada à Mancha
melhor
Mutaçãopara
Foliar de Glomerella, por ser a principal
ocorrência de verão na variedade Gala,
com desfoliamento e enfraquecimento
da macieira, que eleva gastos e apresenta
problema no controle, por não haver pro-
duto específico para tanto.
Na busca de alternativas pela pesquisa,
relata Faoro, já se obteve redução de custos
de 50%comaausênciadadoença, conside-
rando apenas o valor do produto usado no
controle. Foi registrada, segundo ele, eco-
nomiadeR$1.300,00por hectaree, nahipó-
tese de que todos produtores de Santa Ca-
tarina plantassem a variedade resistente, o
valor economizado subiria para cerca de R$
10milhões, levando-se emconta somente a
época demaior incidência do problema.
No aspecto da aparência, os estudos
já confirmam sensível melhoria na cor
do produto. Assim, diz Faoro, além de se
atingir o objetivo de proteção contra a
doença, vai se conseguir atender ao que
deseja o mercado. A seleção mais adian-
tada, com lançamento provável em dois
anos, mostra avanços de 35% para 69%
na área vermelha da fruta, e de 54% para
83% no aumento da classe extra. O pes-
quisador lembra que no mundo ainda
não existe variedade com a resistência
em foco e, por fim, ainda ressalta: “o im-
portante é que está se achando uma saí-
da para o produtor”.
Inor Ag. Assmann
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