O descarte correto das embalagens vazias de agrotóxicos começou pelo setor do
tabaco no Brasil. Desde 2000, o Programa de Recebimento de Embalagens Vazias de
Agrotóxicos recolhe omaterial descartado pelos produtores de tabaco do Sul do País.
OSindicato Interstadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) começou o recebimen-
todois anos anos antesdeele ser exigidoporlei.AAssociaçãodosFumicultoresdoBra-
sil(Afubra)tambémapoiaainiciativa.
Opercentualdeprodutoresdetabacoquefizeramadevoluçãodasembalagensatin-
giu 98%em2016, conforme apontou a pesquisa do Centro de Estudos e Pesquisas em
Administração, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). De 2000 a outu-
brode 2017 já foramrecolhidas 14,8milhões de embalagens das propriedades de taba-
co. “Preservar omeio ambiente e proporcionar saúde e segurança aos agricultores são
os principais objetivos do recolhimento das embalagens”, destaca Carlos Sehn, coorde-
nadordoprograma.Osrecipientesutilizadosemoutrosplantiostambémsãorecebidos.
Acoletadomaterialabrange 550municípios produtores de tabaco no Rio Grande
do Sul e emSanta Catarina. Os caminhões do programa passampor 2,6 mil pontos
oPaís
O recolhimento de embalagens vazias de
defensivos soma 14,8 milhões de unidades até 2017,
ano em que a iniciativa completa 17 anos de atuação
Modelopara
de coleta na zona rural, conforme a agenda divul-
gada previamente, além de convites entregues
aos produtores pelas equipes que prestam assis-
tência técnica. No Paraná, iniciativas semelhan-
tes são realizadas pelas centrais locais, apoiadas
pelas empresas associadas ao SindiTabaco.
Além disso, o programa que abrange o setor
do tabaco passou a cumprir o Artigo 53 doDecre-
to 4.074, de 2002. Este determina que os “usuá-
rios de agrotóxicos e afins devem efetuar a de-
volução das embalagens vazias e respectivas
tampas aos estabelecimentos comerciais emque
foramadquiridos, observadasas instruções cons-
tantesdos rótulos edasbulas, noprazodeatéum
ano, contado da data de sua compra”.
Pesquisamostra
que 98% dos produtores
devolveram
recipientes em2016
PANORAMA
Em 2002, quando a devolução das embala-
gens passou a ser obrigatória, o Brasil registrou
a coleta de 3,768 mil toneladas e evoluiu para
44,528 mil toneladas em 2016. A previsão é de
que sejam recebidas 44,5mil toneladas em2017,
de acordo com dados do Instituto Nacional de
Processamento de Embalagens Vazias (inpEV).
Conforme o inpEV, 94% das embalagens pri-
márias de agroquímicos comercializadas pela in-
dústria fabricante são recolhidas e corretamente
destinadas. Para efeitos de comparação, o reco-
lhimento é de 76% na Alemanha, de 73% no Ca-
nadá, de 66% na França, de 50% no Japão e de
30% nos Estados Unidos, como destaca estudo
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econô-
mico e Social (BNDES). Cerca de 90%domaterial
recebido vai para reciclagem e os 10% restantes
são incinerados. Um total de 22 estados respon-
deu pelo total devolvido em2016.
O Programa de Recebimento de Embalagens
VaziasdeAgrotóxicosprocuracontemplartodosos
produtores de tabacoda regiãoSul doBrasil. Além
disso, as empresas desenvolvemoutras iniciativas
socioambientais direcionadas aos seus produto-
res integrados. Umexemploéoprojetoquecome-
çou a recolher resíduos recicláveis das proprieda-
des coma intenção de preservar omeio ambiente
ea integridadedo tabacoproduzido.
Divulgação
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