Anuário Brasileiro do Tabaco 2017 - page 51

Se nopassado fumar faziaparte de umritual social que envolvia charme e sofistica-
ção, amodernidade está agregando a estemomento de prazer a tecnologia. Amaneira
dedesfrutar cigarrosmoderniza-seapassos largos emdiversospaísesdomundoegera
umapromissorasubstituiçãodoprodutoconvencionalpormecanismoseletrônicos.
Este processo é mais ágil no Japão e nos Estados Unidos, além da Turquia, país
europeu que fecha a trinca de maiores consumidores dos cigarros do tipo “aquece
mas não queima”. No Brasil, o produto ainda não pode ser comercializado. Na Amé-
rica do Sul, apenas a Colômbia liberou o seu consumo.
Ocigarroeletrôniconãogera fumaçaeutiliza volumemenor de tabaco. Também
por isso, mas em especial pelas ações e intervenções antitabagistas, por questões
econômicas e pela voracidade de alguns governos na majoração da carga tributá-
ria incidente, a demanda global por cigarros está emqueda nomercado formal. Em
2016, por exemplo, foram consumidos 5,505 trilhões de cigarros convencionais no
mundo, 1,4% a menos do que o volume alcançado em 2015, de cerca de 5,585 tri-
lhões de unidades. Só a China consomemais de 2,5 trilhões de cigarros.
Os números, que servem como referência mundial, foram revelados por Shane
Mcguill, consultor do Euromonitor International, organismo europeu que desenvol-
veconsultoriaepesquisasemdiversosprodutosagroindustriais,entreelesotabaco.
Aapresentaçãoaconteceunodia15deoutubrode2017,duranteaassembleiaanual
da Associação Internacional de Produtores de Tabaco (ITGA), naGrécia.
Conforme ele, o mercado global de cigarros convencionais movimentou US$
683 bilhões, commédia de US$ 2,50 por maço com 20 cigarros (pouco mais de R$
tempos
Cenários indicam produção global de tabaco e
consumo de cigarros convencionais em trajetória
futura de queda, e oferta precisará se ajustar
Sinais dos
8,00, pelo câmbio no Brasil na primeira semana
de setembro de 2017). Mais de cinco milhões de
pessoas já consomemo cigarro aquecido eletrô-
nico, sem fumaça.
A expectativa é de que emcinco anos omodelo
tecnológico represente 22%do consumo japonês e
gere receita de US$ 8,7 bilhões. Os Estados Unidos
(US$1,7bilhão)eaTurquia(USS1,3bilhão)comple-
tamopódium.Umadasmarcasassumetermaisde
3,7milhõesclientesdocigarroaquecido.
Benício Albano Werner, presidente da Asso-
ciação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), e Ro-
meu Schneider, secretário da entidade e presi-
dente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva
do Tabaco, participaram do evento internacio-
nal. Werner observa que as entidades setoriais
estão mantendo grande expectativa em torno
da inovação tecnológica dos cigarros, junto às
indústrias, em função do dimensionamento da
demanda futura do tabaco.
“Écertoqueosetor,assimcomoomundo,está
passandopormudançasquesãocadavezmaisrá-
pidas”, refere Werner. “Então, é preciso estarmos
atentosparaatenderàsdemandasdevolumeede
tipos de tabaco buscados pelo mercado para di-
mensionarmos a produção de acordo com as ne-
cessidades, e nosmantermos competitivos”.
COBERTOR CURTO
Apreocupação setorial comodestinodos usos do tabaco justifica-se uma vez que
o Euromonitor International projetou dois cenários para o futuro da produção mun-
dial, e ambos apontam para a redução gradual no consumo em 15 anos, que pode
chegar a 38%na variaçãomais pessimista, ou um total de 3,3 trilhões de unidades. A
estimativamaispositivanãoémuitomelhor:nessahipótese,em2031ademandaglo-
bal deve ser 22%menor doquenociclo2016/17, totalizando4,2 trilhõesde cigarros.
Alémdamanutençãoparcial doconsumode cigarros tradicionais, cada vezmais
sufocadopela intervençãoantitabagista juntoadiversos governos, inclusivenoBra-
sil, por meio de medidas diretas de restrição ao uso ou de tributação, a redução no
consumo da folha do tabaco deve se dar tambémpela elevação do uso de substitu-
tos, como “cigarros vaporizadores” e comoutrosmétodos de liberação de nicotina.
“O cigarro aquecido, aomesmo tempo emque é uma esperança, é uma preocu-
pação”, diz Benício AlbanoWerner, presidente da Afubra. “Combase em suas estra-
tégias e em segredos industriais, as empresas não divulgam o real consumo do ta-
baco nestes dispositivos e seus refis, frente ao cigarro tradicional. O que sabemos,
extra-oficialmente, é que fica entre 25%e 33%”.
É preciso estarmos
atentos para atender às
demandas de volume e de tipos
de tabaco buscados pelomercado
para dimensionarmos a produção
de acordo comas necessidades,
e nosmantermos competitivos.”
BenícioAlbanoWerner,
presidentedaAssociaçãodos
FumicultoresdoBrasil(Afubra)
Participação do
cigarro eletrônico
cresce no mundo,
diz Euromonitor
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