outros produtos de tabacaria que foram sen-
do agregados ao longo dos anos.
A convicção de Tiago acerca das perspecti-
vas atuais e futuras dos tabacos para palheiro,
charutos e outros artigos, como as recentes
opções de
blends
de ervas naturais (inclusive
orgânicas), transparece na estrutura de que
a empresa dispõe. A Arapiraca, cujo nome faz
referência à “capital dos tabacos escuros” do
interior de Alagoas, emprega 200 pessoas em
suas operações, desde o campo até o benefi-
ciamento e à distribuição, e ocupa instalações
de 7 mil metros quadrados. Além da aquisi-
ção da matéria-prima e do processamento do
tabaco propriamente dito, na Arapiraca, cujo
produto hoje é popular em todo o Brasil, tan-
to em centros maiores quanto no interior, foi
criada uma unidade para distribuição e conta-
tos comerciais, a Cifal.
O setor ganha adeptos
nos mais diversos
mercados e mira
a exportação
DE RAIZ
AiniciativapioneiradeseuJoãoRoque(cujasiniciaisforamadotadas emumadas
marcasmaisconhecidasdaempresa,aJR)decorreudavivêncianaprodução.“Cres-
ci emmeio à atividade, numa localidade a 12 quilômetros de Itajobi, terra de tabaco
e de limão”, lembra o fundador. “Meus pais sempre produziram tabaco em corda, e
tomei gostopela cultura”. Aos 28anos, decidiudedicar-seaocomércio: passoua via-
jar e comprar fumo em corda. Criou a Arapiraca, em sociedade com Zeneratto, seu
compadre. Hoje, aos 71anos, quandoos filhospassama responder pelaadministra-
ção, segue emviagens por diversos estados, comoMinas Gerais, Goiás e Mato Gros-
so do Sul, para adquirir matéria-prima de produtores locais. Que, a exemplo do co-
mércio, seguemfirmes e atuantes no cultivo.
Na expectativa de expandir os negócios e a clientela, coma distribuição da Cifal,
Tiago e os colaboradores visitameventos e áreas de produção. Estiveramna Expoa-
groAfubra, emRioPardo (RS), conferiramocultivoemSobradinho (RS), eprestigiam
a Intertabac, evento global do setor que acontece emDortmund, Alemanha. “Verifi-
camos as tendências emprodutos eapresentações, e vemos queomercadooferece
muitas oportunidades”, diz Tiago Roque Pinheiro.
Segundo ele, a Arapiraca processa entre 7 e 8 mil quilos de tabaco por mês. Cer-
ca de 10%damatéria-prima ainda é adquirida na região de origem, nas cercanias de
Bebedouro. O restante vemdeoutros estados, e ademanda sinalizadapelaCifal cada
vezmais é atendida através deparcerias comempresas e fornecedores. “E já estamos
pensando emexportar, compossibilidades empaíses como Bélgica, Holanda e Suí-
ça”, frisa, o que decorre de contatos feitos emDortmund.
Emoutrafrente,ainovaçãotransparecenoesforçoparaatenderademandasespe-
cíficas, como a de charutos comqualidade e embalagememsintonia comnecessida-
des, por exemplo, da umbanda, nicho demercado que, conforme ele, semostra pro-
missor. “Asperspectivas, de todomodo, eemtodas as áreas, sãomuitoboas”, define.
Inor Ag. Assmann
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