Jornal Emater Edição 6 - page 23

Atualmente, o Estado conta com 1.046
agroindústrias incluídas no Programa Esta-
dual de Agroindústria Familiar, ou seja, que
estão devidamente legalizadas. E outras 1,8
mil já foram cadastradas no processo de re-
gulamentaçãoeinclusãonoPrograma.
Agroindústrias
no Estado
NoRioGrande do Sul foi criado em2011 o SistemaUnificadode Sanidade Agroindustrial Fa-
miliar, Artesanal e de PequenoPorte (Susaf), que possibilitaa comercialização dos produtos de
origemanimal fora domunicípio. Para participar deste sistema de inspeção unificado, o Servi-
çode InspeçãoMunicipal (SIM), que regulamentaas atividades agroindustriais de cada cidade,
precisa se adequar e apresentar condições satisfatórias de funcionamento semelhante à Coor-
denadoriade InspeçãodeProdutosdeOrigemAnimal (Cispoa). Depoisdeumasériedeverifica-
ções e auditorias pelos fiscais do Cispoa, os empreendimentos estão aptos para comercializar
emtodooEstado. Atualmente, háapenas 20municípiosaderidosaoSusaf.
Comercialização fora domunicípio
JORNALDAEMATER
Aagriculturafamiliarem
destaque–ParceriaentreaEmater-RS/
Ascarea
EditoraGazeta
Expediente
EMATER-RS/ASCAR
TarcísioMinetto
SecretáriodeDesenvolvimento
RuralPescaeCooperativismo
ClairKuhn
PresidentedaEmater/RSe
SuperintendenteGeraldaAscar
LinoMoura
DiretorTécnicodaEmater/RSe
SuperintendenteTécnicodaAscar
SilvanaDalmás
DiretoraAdministrativada
Emater/RSeSuperintendente
AdministrativadaAscar
MarcoMedronha
GerentedeComunicação
daEmater/RS-Ascar
RaquelAguiar
GerenteAdjuntadeComunicação
daEmater/RS-Ascar
RuaRamiroBarcelos,1.224
CEP96.810-900,SantaCruzdoSul(RS)
Telefone:055(xx)5137157940
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E-mail
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RomarRudolfoBeling
Conteúdo:
CássioFernandoFilter
Projetográficoediagramação:
MárcioOliveiraMachado
Artedecapa:
MárcioOliveiraMachado,
Arte-final,tabelasegráficos:
SadraqueLenzVeiga
Coordenaçãocomercial:
AndréaLenz
Marketing:
GabrielaKaempfdaSilva,
JoniceFiuza,JanaínaLangbecker
eSuziMontano
Distribuição:
CarolinaGuimarães
Impressão:
Gráficada
GazetadoSul
,
SantaCruzdoSul(RS)
Tiragem:
15milexemplares.
Distribuiçãodirigida.
Épermitidaareprodução
deinformaçõesdestejornal,
desdequecitadaafonte.
SantaCruzdoSul,agostode2017
.
Colaboraram
nasreportagens:
DeiseFroelich,CarineMassierer,
CleuzaBrutti,MateusdeOliveira,
MarcelaBuzatto,RejanePaludo,
CarinaVenzoCavalheiro,
MarcoMedronha,HelenaBoucinha,
VanessaAlmeidadeMoraes,
TerezinhaVilk,TiagoBalde
AdrianeBertoglioRodrigues.
Aexpectativadaprimeiravez
O
produtor rural Eduardo Almeida, de
Taquara, preocupado com a apo-
sentadoria, já estava inclinado a lar-
gar a vida urbana, onde trabalhava
com eletro-eletrônicos em um
shopping
, para
comprar um sítio que garantiria a subsitência
no futuro. Uma indicação médica para o con-
sumode leitede cabra foi o incentivoque falta-
va. Ele comprou três animais e começou uma
produção para subsistência há 13 anos.
Aos poucos, a pequena produção começou
a ser vendida para familiares, amigos e vizi-
nhos. E foi crescendo. Uma indústria do Rio de
Janeiro também se interessou pela matéria-
-prima, e o negócio ganhou corpo. Há dois
anos, pelo alto custo da logística, a empresa
encerrou a compra. Então Almeida pensou
em beneficiar ele mesmo sua matéria-prima,
agregando valor ao produto e renda à família.
“Opequenoprodutor não temcacifeparaban-
car o investimento emuma agroindústria, mas
comfinanciamento tudo é possível”, diz ele so-
bre a coragemque teve ao empreender.
A esposa Claudia fez cursos de Boas Práti-
cas de Fabricação e de Latícinínios no Centro
de Treinamento da Emater/RS-Ascar. Hoje, o
casal atua em conjunto à frente da produção
e da administração da agroindústria, já regu-
lamentada, o que os credencia a estar no Pa-
vilhão da Agricultura Familiar pela primeira
vez. Para ele, participar da Expointer revela um
conjunto de sentimentos. “Além da expectati-
va pela divulgação e pelas vendas do produto
de ainda pouca produção e consumo no Esta-
do, dá umorgulho enormemostrar às pessoas
que o gaúcho também sabe criar cabras, não
somente ovelha e boi”, frisa.
Atualmente, o casal cria 80 cabras, que pro-
duzem 300 litros de leite por dia. “Não quere-
mos produzir comida comoa grande indústria,
mas vamos oferecer alimento de qualidade.
Queremos produzir pouco, mas bem”, afirma.
Aos poucos, pretendem incentivar outros pro-
dutores a criar cabras e produzir os derivados
desse leite ainda “elitizado”. “Fazer o que todo
o mundo já faz é fácil, mas desbravar novas
oportunidades nem todos querem ou tem co-
ragem. Nós tivemos”, orgulha-se.
ConformeochefedoEscritórioMunicipal de
Taquara, Fernando Campos, por ser uma ativi-
dade pioneira na região, a equipe do escritório
aprendeu junto com o produtor sobre mane-
jo e criação de cabras ao longo desses anos.
“Prestamos toda a assistência técnica neces-
sária, desde o financiamento da construção da
agroindústria pelo Pronaf até a confecção da
plantabaixadoprojeto, sugestãode confecção
do rótulo, cálculos nutricionais e acompanha-
mento ao órgãos responsáveis pela legaliza-
ção sanitária e ambiental”, assinala.
Além disso, a Emater/RS-Ascar auxiliou na
participação de feiras e conseguiu uma parce-
riacomaPrefeiturapara incluir o iogurtede lei-
te de cabra na alimentação escolar do municí-
pio. A família tambémfoi incluídanoPrograma
de Gestão Rural Sustentável.
da Emater/RS-Ascar, lembra de uma agroin-
dústriadoNoroestedoEstadoque levoucente-
nas de cucas para serem vendidas na primeira
feira. "Por fim, o Asilo Pai dos Pobres foi quem
agradeceu, pois recebeu a doação dos produ-
tos que acabaram não sendo comercializados.
Sem experiência, não se tinha noção da real
demanda", frisa.Conforme o assistente técnico
regional em Organização Econômica da Ema-
ter/RS-Ascar de Pelotas, Renato Cougo dos
Santos, "a comercialização não ultrapassou os
R$ 43mil naquele ano".
O diretor de Agricultura Familiar e Agroin-
dústria da Secretaria de Desenvolvimento Ru-
ral, Pesca e Cooperativismo (SDR), José Ale-
xandre Rodrigues, afirma que hoje o espaço
resume todo o trabalho de políticas públicas
de apoio ao desenvolvimento da agroindús-
tria. "Este contempla financiamentos de no-
vos projetos, assistência técnica, apoio na co-
mercialização e treinamentos aos agricultores
familiares", diz. O Pavilhão da Agricultura Fa-
miliar é uma promoção do governo federal,
por meio da Secretaria Especial de Agricul-
tura Familiar e do Desenvolvimento Agrário
(Sead), e do governo do Estado do Rio Grande
do Sul, através da Secretaria de Desenvolvi-
mentoRural e Cooperativismo (SDR). A comis-
são organizadora é composta por Emater-RS,
Fetag-RS, Fetraf-RS e Via Campesina.
Já a proprietária da primeira agroindústira
legalizada de Erechim, Nely Dariva, vendeu toda
a produção de 300 quilos de queijo logo na sua
primeira participação na Expointer. No segundo
ano, ela emplacou apenas a metade, comercia-
lizando a sobra após a volta a sua cidade. Atual-
mente, a queijaria é administrada pela filha úni-
ca, Bruna, que primeiramente foi buscar outros
caminhos na cidade grande e retornou a fimde
gerir o negócio familiar. "Em 2011, voltei e reas-
sumi a agroindústria, que já não ia muito bem
das pernas", lembra Bruna. Ela ressalta sempre
ter acreditado numa produção natural e saudá-
vel, para contribuir com a saúde das pessoas.
“Por isso que produzimos queijos à base de io-
gurtenatural", explica.
Em 2017, ela e o namorado viajaram para a
França para conhecer a produção de queijo or-
gânico. "Esse sempre foi meu grande sonho, de
trabalhar sem fermento químico e conservantes.
Também estamos fazendo uso de homeopatia
animal", afirma. ParaBruna, participar daExpoin-
ter é sempre grande oportunidade de negócios e
visibilidade,masaexperiênciavai além. "Agente
percebe o que acontece e como funcionam as
agroindústriasde foradonossomunicípio".
Demãe para filha
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