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ellenbosel
A
tualmente, existem cerca
de 250 ovelheiros gaú-
chos registrados no Rio
Grande do Sul, em Santa
Catarina e até São Paulo. Um dos
primeiros incentivadores da raça,
Glênio Macedo de Almeida, foi
quem criou a Associação dos Cria-
dores de Ovelheiro Gaúcho (Acog),
comoobjetivodemanter opadrão
e as características da raça. “O ove-
ofamosocachorro
ovelheiroganha
cadavezmaisfãs
ejápossuiaté
mesmouma
associaçãocom
animaisregistrados
Latidocomsotaquegaudério
resgate
lheiro ainda existia no interior, mas
estavasumindo. Por ser tradição fa-
miliar no meio rural, nos reunimos
para resgatar a raça”, salienta.
Conforme a presidente da en-
tidade, Élen Nunes Garcia, a raça
ganhou esse nome oficial, mas an-
tigamente era conhecida simples-
mente por ovelheiro. “Ela foi sele-
cionada por nossos ancestrais, e
queremosmantê-la originalmente,
com a tipicidade, e sempre obser-
var amorfologia aliada a tempera-
mento e função”, informa.
Élen enfatiza ainda os hábitos
da raça. “Naturalmente os filhotes
já começam a seguir as pessoas
até a mangueira e tendem a que-
rer trabalhar com as ovelhas”, ex-
plica. “Por volta dos seis meses de
idade, já podem se aproximar de
bovinos, pois estarão mais atina-
dos para fugir dos perigos, como
umcoice, por exemplo”.
O superintendente do Registro
Genealógico da Acog, Eduado Ely,
detalha como a raça surgiu de fato.
“Ele descende de antigos cães de
guardade rebanhoque vieramcom
os colonos portugueses para o Rio
Grande do Sul, por volta de 1750,
e esses cães tinham a função de
guardar os rebanhos de ovelhas de
predadores que existiam na época,
comoonças epumas, e tambémde
ladrões de gado e cães selvagens.
Esses cães foramchamados deove-
lheiro”, frisa. “Posteriormente, por
voltade1850,foiintroduzidooCollie
escocês, através de importações de
rebanhos de ovelhas da Inglaterra.
E também colonos ingleses e esco-
ceses que vieram para o Uruguai e
para a Argentina trouxeram estes
animais para trabalhar no rebanho
de ovelhas. Este cães entraram no
Rio Grande do Sul e se cruzaram
com ovelheiros, originando o cão
ovelheirogaúcho”.
O criador Vagner Grandini convi-
ve com a raça desde criança. Além
de utilizar o ovelheiro gaúcho no
trabalho do campo, ele também é
criador. “Desde o nascimento dos
animais, observo o temperamento
do filhote e seleciono aqueles que
têmcaracterísticas ideais para o tra-
balho no campo. A gente vende os
filhotes, sem treinar. Amelhor coisa
éapessoaadquirirumovelheirono-
vinho para ensinar a seu jeito. É um
cachorroque tembastanteatenção.
Agentesaiacavaloeelevaiatrás,do
gadoedasovelhas.Mandobuscar e
eles trazem.Muitagentenãoacredi-
taqueoovelheirofaçaoqueelefaz”.
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JORNAL DA
EMATER
agosto de 2017