Ponto de Vista
PontodeVista
JOÃOMARTINSDASILVA JUNIOR
Presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária doBrasil (CNA)
Porumaclasse
médiarural forte
Fortalecimentoéfundamentalparaacelerarodesenvolvimentodosetor
agropecuárioearetomadadocrescimentoeconômicoesocialdoBrasil
O
produtor rural brasileiro vol-
tou amostrar resultados po-
sitivos em 2016, apesar da
recessão. Diante dessa rea-
lidade, a Confederação da
Agricultura ePecuáriadoBrasil (CNA) refor-
ça sua ação prioritária e estratégica no sen-
tido de fortalecer e ampliar a classe média
rural brasileira. Na avaliação de João Mar-
tins da Silva Junior, presidente da entida-
de, o seu fortalecimento e a sua ampliação
irão acelerar o desenvolvimento do setor
agropecuário de forma equilibrada e con-
tribuir para a retomada do crescimento
econômico e social do País.
Mesmo com a crise econômica e os im-
pactos do clima nas lavouras, o dirigente
destaca o bomdesempenho da agropecuá-
ria em 2016. O Produto Interno Bruto (PIB)
do agronegócio deve terminar o período
com crescimento entre 2,5% e 3%. De um
anopara outro, a participaçãoda agropecu-
ária na economia brasileira subirá de 21,5%
para 23% e as exportações, de 46% para
48%do total, alémde apresentar saldo po-
sitivo na geração de postos de trabalho, ao
contrário de outros setores da economia.
No entanto, conforme Martins, “em-
bora seja o único setor da economia em
crescimento e tenha sustentado seguidos
superávits da balança comercial e o abas-
tecimento interno, a agropecuária brasilei-
ra não está imune à crise enfrentada pelo
País”. O segmento deverá continuar cres-
cendo em 2017, tomando a frente no iní-
cio da retomada em nível nacional, espera
o presidente da CNA, mas refere que gran-
des desafios ainda terão de ser supera-
dos. Para alcançar o objetivo de fortalecer
a classemédia rural, segundo ele, é preciso
atender a questões essenciais.
Em seu entender, é o caso, em espe-
cial, da elaboração de uma lei agrícola
plurianual, em contraposição ao modelo
emvigor, de programas anuais, o que dará
condições de planejamento a longo prazo
e melhor desempenho. Também conside-
ra fundamental a prioridade ao seguro ru-
ral e a investimentos em infraestrutura e
logística para melhorar a competitivida-
de no mercado internacional, além de as-
sistência técnica eficiente para levar tec-
nologia ao médio produtor. “O produtor
rural é imbatível na eficiência da porteira
para dentro da propriedade. Fora da por-
teira, enfrenta dificuldades para escoar a
produção”, enfatiza Martins.
Na exportação, o setor acredita na ma-
nutenção do crescimento e na abertura
de mercados. Para tanto, o dirigente jul-
ga importante construir ampla rede de
acordos preferenciais de comércio, atrair
investimentos na agregação de valor aos
produtos exportados e promover a quali-
dade e a sustentabilidade do modelo pro-
dutivo brasileiro. A agropecuária do Brasil
terá enorme responsabilidade diante do
desafio de ser um dos principais países a
produzir alimentos e abastecer a popula-
ção mundial, que crescerá emmais 2,5 bi-
lhões de pessoas nos próximos 30 anos,
lembra João Martins. Por isso, conclui, o
setor espera atenção às suas prioridades
e estabilidade política que ofereça a segu-
rança desejada aos negócios.
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