Revista AgroBrasil - 2016/2017 - page 37

A
safra brasileira de café bateu
recorde histórico em 2016. Fo-
ram colhidas 51,37 milhões de
sacas de 60 quilos do produ-
to beneficiado, somando ará-
bica e conillon. O volume, segundo a Com-
panhiaNacional deAbastecimento (Conab),
é 18,8% superior ao da safra anterior, quan-
dooPaís obteve produçãode 43,24milhões
de sacas. Até então, a maior safra nacional
havia sido registrada em2014, com50,8mi-
lhões de sacas. A área total produzida ficou
em 2,22 milhões de hectares, caracterizan-
do redução de 1,1% na comparação com
2015. Apesar disso, os cafeicultores come-
moramos ganhos emprodutividade.
Pelos cálculos da Conab, a média pro-
dutiva foi de 26,33 sacos por hectare, mais
de17%superior àda safraanterior. Oresul-
tado positivo se deve, em especial, às con-
dições climáticas favoráveis nas principais
regiões produtoras de café do Brasil. Além
disso, o ciclo de bienalidade positiva con-
tribuiu comas lavouras namaioria das regi-
ões. São Paulo foi o Estado que obteve me-
lhores resultados, com 46,7%, seguido por
Mato Grosso e Minas Gerais, comganhos de
39,45%e 32,%nas colheitas. Com exceção
de Rondônia, Bahia, Espírito Santo e Pa-
raná, todos os outros estados apresentam
crescimento de produtividade.
Na visão do presidente do Conselho dos
Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), Nel-
son Carvalhaes, os resultados positivos de-
vem-se ao empenho do País na busca de
produção de café cada vez mais sustentá-
vel, com aumento da produtividade e me-
lhoria da renda do produtor, por meio da
ampliação de programas de capacitação
destinados aos produtores, da aplicação de
pesquisa e tecnologia e das melhorias nas
lavouras. “Esses esforços podem ser verifi-
cados emdiversas ações no campo”, frisa.
Entre as iniciativas, destaca o Progra-
ma Produtor Informado, conduzido pelo
CeCafé, emparceria coma Plataforma Glo-
bal do Café. “Essa ação capacita os produ-
tores nas boas práticas agrícolas e visa boa
gestão da propriedade, melhora da quali-
dade, melhor renda ao produtor e aumen-
to da produtividade”, assinala.
Pode
provar
Cadeiaprodutivadocafécomemoracolheitahistóricaem2016eosganhos
deprodutividadenamaioriadosestadosprodutoresdogrãonoPaís
BALANÇAFAVORÁVEL
Nos últimos dois anos, uma forte estiagemreduziu a disponibilidade de oferta no Espírito Santo, maior produtor brasileiro de café coni-
lon, impactando de forma expressiva os embarques dessa variedade. Apesar disso, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé)
destacaqueacafeiculturanoPaísatravessamomentodeciclosdepreços favoráveis. Alémdisso, comas chuvasobservadasno final de2016
nesse Estado, cria-se expectativa favorável para a recuperação das lavouras.
“Apesar da queda de 85%nas exportações de conilon, o café arábica teve desempenho 1,5% superior no período acumulado de janei-
ro a outubro de 2016, na comparação comomesmo período do ano anterior”, explica o presidente do CeCafé, Nelson Carvalhaes. “Levan-
do emconsideração apenas omês de outubrode 2016, trata-se domelhor desempenhode café arábica nos últimos cinco anos, correspon-
dente a 2.999.607 sacas. Isso permite aoBrasil o abastecimentomundial emcondições de normalidade”, frisa.
As exportaçõesbrasileirasde cafédeverãoencerrar 2016 comvolumeentre33milhões e34milhõesde sacasde60quilos. Ovolumeestá
abaixo do recorde histórico de 37 milhões de sacas negociadas em 2015. “Esse resultado inferior é reflexo do problema climático causado
noEspíritoSanto, damenor disponibilidadedevolumenos estoques remanescentes edos resultados excepcionaisdos embarquesnosúlti-
mos dois anos, quando o País negociou 36milhões e 37milhões de sacas, em2014 e 2015, respectivamente”, pondera Carvalhaes.
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