O consumo segue aumentando e os estoques devem se manter estáveis
pe da crise internacional e da menor de-
manda em vários países que ampliaram
as áreas semeadas. Em 2016, os negó-
cios internacionais caíram 7%, para 41,6
milhões de toneladas, segundo o ana-
lista Patrício Méndez del Villar, do Cen-
tro de Cooperação Internacional em
Pesquisa Agronômica para o Desenvol-
vimento (Cirad), da França. Trata-se do
volume mais baixo movimentado nos
últimos cinco anos, conjugando a que-
da da demanda asiática e o baixo cresci-
mento das compras africanas.
Pelo lado da oferta, todos os exporta-
dores foram afetados, salvo a Tailândia,
segunda maior exportadora mundial,
que tinha grandes estoques em liquida-
ção, e o Paquistão, que conseguiu man-
ter vendas estáveis. A boa notícia é que
em 2017 o comércio mundial poderá re-
cuperar-se em 3,6%, para pouco mais de
43 milhões de toneladas em base casca.
O volume é inferior ao recorde de 45,6mi-
lhões de toneladas alcançado em 2014.
Por causa do consumo, os estoques
mundiais de arroz caíram 2% em 2016,
para 171,2 milhões de toneladas, consi-
derando os diversos tipos e padrões de
produtos. A queda foi mais visível nos
dois grandes exportadores mundiais, a
Índia e a Tailândia, onde a tendência é
de que o enxugamento das reservas seja
mantido nesta temporada.
A Tailândia recupera-se de um proces-
so frustrado de estocagem de arroz para
recuperar preços que a levou à formação
do maior estoque de sua história, com
cerca de 25% tornando-se impróprio para
consumo humano e negociado a baixos
preços para uso em fabricação de etanol
ou ração animal. A Índia teve perda pro-
dutiva em algumas regiões e desenvolve
programa de abastecimento interno com
preços subsidiados à população.
Por isso, em 2017 a FAO projeta que
os estoques mundiais devem se man-
ter estáveis, mas num nível confortável,
a ponto de não impactar de forma repre-
sentativa os preços internacionais, pois
seguirão ao nível de um terço das neces-
sidades anuais do planeta.
Robispierre Giuliani
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