Anuário Brasileiro do Arroz 2017 - page 40

A
baixa competitividade deter-
minada pela relação dos pre-
ços internos bemacima dos in-
ternacionais, do câmbio e da
queda produtiva afetou a ba-
lança do arroz do Brasil no ano comercial
2016/17. Pelaprimeira vez emseis tempora-
das, oPaís tevedéficit líquido, quebateuem
292,7 mil toneladas. O País exportou 894,7
mil toneladas (base casca) e importou 1,187
milhão de toneladas.
Para a nova temporada, a CompanhiaNa-
cional de Abastecimento (Conab) espera ba-
lançacomercialcomexportaçãode1,1milhão
de toneladas e importação de igual volume.
Agentes de mercado, no entanto, trabalham
com expectativa de novo déficit, na faixa de
300 a 400 mil toneladas, o que pode inchar o
estoquedepassagememmarçode2018.
Ademandamais fortedomercadonacio-
nal pela quebra da safra 2015/16 e a compe-
titividade do Mercosul, em especial do Para-
guai,cujoscustosficamemcercadeUS$11,00
por saca, geraram a inversão do fluxo que vi-
nha sendo identificado nos últimos anos. O
Brasil acabou fora domercado de exportação
maisvalorizadoemboapartedoano,enquan-
to Minas Gerais e São Paulo concentraram as
compras internacionais aproveitando preços
especiais e vantagens fiscais. Nordeste e Rio
Grande do Sul adquirirammais doUruguai e
daArgentina, via cabotagem.
As exportações brasileiras são vitais para
manter o equilíbrio de preços ao orizicultor
eaoconsumidor ao longodoano, apesar de
momentos pontuais em que a pressão de
oferta ou de demanda e o câmbio interfe-
rem no mercado, segundo Anderson Bello-
li, diretor-executivo da Federação das Asso-
ciações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul
ExPORTAR,APESARDAPERDADA
COMPETITIVIDADENOCICLO2016/17,TEMSIDO
OFATORDEEqUILíBRIODEOFERTAEDEMANDA
EDEPREÇOSNOMERCADOBRASILEIRO
(Federarroz). Nas últimas seis temporadas,
o Brasil exportou 9,3 milhões de toneladas
de arroz embase casca e importou 6,46 mi-
lhões de toneladas. Apesar dodesempenho
negativo da etapa 2016/17, o saldo é posi-
tivo em 2,84 milhões de toneladas, volume
que até o início da década de 2000 acabava
formando estoques públicos.
ParaBelloli, a temporadapassada foi atí-
pica, mas quando os preços caíram até R$
39,00 por saca, no pico de colheita, o cereal
brasileiro tornou-se atraente, abrindo uma
janela de exportação. “À medida em que os
precos caíram, nos tornamos competitivos,
a estrutura exportadora se moveu, passa-
mos a compensar em boa parte o ingresso
de arroz do Mercosul, enxugamos a oferta e
a pressão nomercado e os preços reagiram
até os R$ 50,00”, explica. Daí a importância
demanter os clientes externos.
COMPENSAÇãO
A qualidade do
grãogaúchoeoesforçoda cadeiaprodutiva
em vender ao exterior vêm sendo compen-
sados.EssaéaopiniãodopresidentedoIns-
tituto RioGrandense do Arroz (Irga), Guinter
A janelado
alívio
36
1...,30,31,32,33,34,35,36,37,38,39 41,42,43,44,45,46,47,48,49,50,...112
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