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Produção x beneficiamento
A evolução anual da produção e do
beneficiamento do arroz no Rio Grande
do Sul demonstra que a indústria pro-
cessou 69,6% da produção gaúcha em
2015. Naquele ano, foram produzidas
8.719.449 toneladas do cereal, enquan-
to o beneficiamento chegou a 6.072.365
toneladas (121.447.296 sacas de 50 qui-
los). A diferença fica com o que é vendi-
do em casca para fora do Estado, os es-
toques e as exportações em casca, além
das perdas. Desde 2009, a média anu-
al processada pela indústria é de 71,8%
– 5.784.594 toneladas beneficiadas e
8.054.131 toneladas produzidas.
Quemse
beneficia?
TENDÊNCIAOBSERVADANORIOGRANDEDO
SULNOSúLTIMOSANOSéDEDIMINUIÇãO
NASEMPRESASDEBENEFICIAMENTO,
APESARDOAVANÇONACOLHEITA
A
Camil Alimentos seguiu lideran-
do o mapa do beneficiamen-
to de arroz no Rio Grande do
Sul em 2015, com a marca de
775.610 toneladas, 12,77% do
total processado no Estado. Em cinco anos,
entre 2010 e 2015, a empresa manteve-se
no topo do
ranking
elaborado pela Seção
de Política Setorial do Instituto Rio Granden-
se do Arroz (Irga). A situação se repete entre
asduas seguintesmaioresmarcas: aJosapar
mantém-se na segunda posição e a Pirahy
Alimentos na terceira colocação no período.
Na sequência, entre as cinco grandes do úl-
timo levantamento consolidado, aparecem
UrbanoAgroindustrial eSLCAlimentos.
Hoje, 50% do volume gaúcho de arroz
processado está concentrado entre 12 in-
dústrias de beneficiamento. Em 2015, en-
tre os 50 maiores empreendimentos do
setor, o percentual beneficiado chegou a
82,49%, cerca de 4.825.698 toneladas de ar-
roz processadas, ou 96.513.967 sacas de 50
quilos. As demais empresas (17,51%) so-
mam 1.019.155 toneladas, em torno de
20.383.102 sacas de 50 quilos. Com esse
montante de processamento, o engenheiro
agrônomo Victor Hugo Kayser, chefe da Se-
ção de Política Setorial do Irga, destaca que
o Estado continua sendo o principal centro
de beneficiamento de arroz doBrasil.
Uma tendência observada pelo especia-
listaéa retraçãodonúmerodeempresasede
engenhos nos últimos anos. A evolução anu-
al do beneficiamento demonstra que eram
511 empreendimentos no território gaúcho
em2009. Em2015, onúmerobaixoupara 383
(-25%). No mesmo período, o volume bene-
ficiado saltou de 5.085.768 toneladas para
6.072.365 toneladas (+19,40%). O mestre em
economia rural justifica que amesma empre-
sa pode ter mais de uma unidade industrial,
nomesmomunicípio ou emoutros, emuitas
vezes pode alugar a capacidade industrial de
outrasempresasparabeneficiarseuproduto.
“Todos os anos verificamos que o nú-
mero de empresas vem diminuindo e, con-
sequentemente, também o número de uni-
dades industriais. Hoje, isso é um fator de
preocupação”,analisaKayser.Poroutrolado,
pondera que as grandes empresas vêmme-
lhorando sua escala de produção e o setor
aumentou em19,4%a capacidade de bene-
ficiamento entre 2009 e 2015 (em19milhões
de sacosde50quilosdearroz).
“As empresas gaúchas procuram outros
mercados,alémdonacional,paracolocaroar-
roz produzidonoRioGrandedoSul, trazendo
mais dinamismo à cadeia produtiva”, comen-
ta Kayser. Analisa que, persistindo a tendên-
cia de fechamento das pequenas indústrias,
o Estado pode se deparar com um gradati-
voaumentonaparticipaçãodasgrandesem-
presas no beneficiamento, que ganham em
escalaetêmmaiorpoderdenegociaçãocom
osprodutores e comos compradores.
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