Variedades agregam características de maior eficiência para as plantas
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Irga 424 RI, a aposta
Na temporada 2015/16, a cultivar Irga
424 RI, do Instituto Rio Grandense do Ar-
roz (Irga), comtecnologia da Basf, passou
pelo teste de sua primeira safra em lar-
ga escala, commais de 40% da área total
gaúcha semeada. Além de produtiva, as
características que mais a destacam são
a resistência à brusone, principal doença
que ataca a lavoura e causa prejuízos, e o
fatode ser da nova geraçãode resistência
aos herbicidas do grupo das imidazolino-
nas – com alta tolerância à fitotoxicida-
de. O seu grão, porém, é alvo de polêmi-
ca: algumas indústrias consideram que
ele apresentamais defeitos do que devia,
como barriguinha, gesso e centro branco.
Por isso, o Irga tem apresentado ao
menos seis novas linhagens promisso-
ras do seu programa de melhoramento
genético, antecipando os materiais que
deve lançar nas próximas temporadas.
“São linhagens em teste, mas objeto de
avançados estudos visando alta produ-
tividade e qualidade”, esclarece Onei-
des Avozani, pesquisador do Irga. “Da-
mos atenção especial ao aspecto do grão
para um produto superior em qualidade
e aparência mesmo após cozido, o que
é uma demanda da indústria”. Entre elas
está a linhagem FL04489, que possui ci-
clo médio e produtividade acima da Irga
424, alémda resistência a brusone e qua-
lidade de grãos próximo ao 417.
Reforçosde
peso
O
uso de sementes certifica-
das e direcionadas a con-
dições de maior eficiência
para a lavoura de arroz, que
aumentam a produtividade,
as resistências e até definem característi-
cas comerciais específicas, pode fazer a di-
ferença entre o lucro e o prejuízo numa sa-
fra. Para reforçar oportfóliodas tecnologias
disponíveis aos orizicultores do Sul do Bra-
sil, facilitar a escolha e atender a demandas
do setor, a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) e a Empresa de
Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de
SantaCatarina (Epagri) lançaramnovas cul-
tivares que serão colocadas emuso na pró-
xima safra pelos arrozeiros.
Em geral, as novas variedades buscam
suprir limitações daqueles materiais ge-
néticos que atualmente estão disponíveis,
agregando ganhos em tolerância ou resis-
tência às principais doenças, a herbicidas
ou pragas, comadaptabilidade ao clima re-
gional, maior produtividade, melhor rendi-
mento de engenho e comportamento de
panela. “Não adianta investir 10, 12 anos
no desenvolvimento de uma planta que
seja ótima do ponto de vista agronômico e
o consumidor rejeitar o grão”, resume Mau-
rício Fischer, diretor técnico do Instituto Rio
Grandense do Arroz (Irga). “Ela precisa aliar
características desejáveis ao longo da ca-
deia produtiva, dos pontos de vista agro-
nômico, econômico, industrial e sensorial”.
A Epagri também está tratando de re-
cuperar o tempo perdido. As cultivares ar-
gentinas edoRioGrandedoSul passarama
predominar em solo catarinense com mu-
danças em seu sistema de cultivo – que até
a década passada era 100% pré-germina-
do – e a perda de cientistas e investimentos
nosprogramasdaempresa. Até2007, Santa
Catarina tinha a maior produtividade mé-
dia do Brasil, mas o rendimento das lavou-
rasestacionou. Agora, aospoucos, aempre-
sa está se adaptando aos novos tempos.
O investimento em melhoramento ge-
nético não alcança apenas as instituições
públicas. A RiceTec, maior empresa em ge-
nética de arroz híbrido das Américas, cons-
truiu um centro de pesquisas em San-
ta Maria (RS), com investimentos de R$ 25
milhões. Além de lançar novo produto e
programas de fidelidade e de garantia de
produção, passa a investir em cultivares
convencionais. As primeiras poderão ser
lançadas já para a safra 2018/19.
Como recuo constantedaproduçãoori-
zícola no Centro-Oeste brasileiro, a Agro-
NortePesquisas eSementes, deSinop (MT),
também trabalha para adaptar suas culti-
vares ao Sul do Brasil e buscar resultados
que encantemaos produtores.
NovascultivaresdaEmbrapaedaEpagri
reforçamoportfóliodastecnologias
disponíveisparaosorizicultores
delavourasirrigadasdoSul
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