Por mais destinos
Alémde consolidar e ampliar a participação emmercados já abertos,
Brasil verifica novas possibilidades para expansão no comérciode lácteos
“É preciso abrir novos destinos e conso-
lidar nossa participação nos já existentes”,
acentua Marcelo Martins, diretor-executi-
vo da Associação Brasileira de Laticínios
( Viva Lácteos), a propósito do desafio de
maior inserção do Brasil no mercado in-
ternacional do setor. Para tanto, diz, “tra-
balhamos com o Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa), focado
em novos países, e temos parceria com a
Agência Brasileira de Promoção de Expor-
tações e Investimentos (Apex-Brasil)”.
No projeto, segundo ele, são traba-
lhados mercados onde o Brasil já opera,
com presença ainda pequena, e que pos-
suem potencial para expansão. É o caso
de Angola, Arábia Saudita, Argélia, Emira-
dos Árabes Unidos, Egito, Estados Unidos
e Rússia. “Estes países têm importações
expressivas, superiores a US$ 1,7 bilhão,
boas perspectivas de crescimento das
compras externas, mas baixa participação
de produtos brasileiros, que hoje está em
torno de 1%”, diz o executivo, informando
que se pretende exportar leite em pó, leite
condensado, manteiga e queijos.
Outra meta, conforme a mesma fonte,
é o mercado chinês, com quem o gover-
no brasileiro já iniciou tratativas, organizou
missões e está passando informações sobre
produção. Além disso, para o segundo se-
mestre de 2016, estão sendo organizadas,
pelo setor produtivo, missões de habilita-
ção de plantas industriais nacionais com
a finalidade de exportar para Bolívia (seis
indústrias), Chile (24 unidades) e Panamá
(também 24), informa a Viva Lácteos.
Acrescenta-se ainda a apresentação dos
produtos brasileiros feita nas principais fei-
ras de alimentos pelo mundo. O objetivo de
todo esse esforço, reitera o dirigente da en-
tidade, é abrir mercados e promover os lác-
teos brasileiros no plano internacional. “Há
necessidade de fazer esse trabalho para,
quando as condições estiverem favoráveis,
não termos impeditivo legal para as exporta-
ções”, complementa Martins.
De parte do governo, em audiência rea-
lizada no dia 21 de junho de 2016, quando
recebeu representantes do setor e tratou so-
bre o apoio às exportações, Blairo Maggi, mi-
nistro da Agricultura, mostrou disposição de
contribuir para desburocratizar a atividade e
agilizar as operações externas. Neste sentido,
constituiu grupo de trabalho que deverá pro-
por mudanças de normas e procedimentos,
em particular no âmbito da sanidade.
A área de pesquisa ainda reforça, além
do acesso a mercados e criação de acor-
dos comerciais, a necessidade de aumen-
tar competitividade em custos e qualidade
para que o Brasil ganhe o mercado global
também neste segmento. A Embrapa Gado
de Leite lembra problemas relacionados a
estrutura fundiária, ineficiência no proces-
so produtivo e custo Brasil (infraestrutura,
custos trabalhistas, produtividade da mão
de obra), que prejudicam a competitivida-
de brasileira e requerem toda atenção.
Governo mostra disposição em
desburocratizar e agilizar exportações
Inor Ag. Assmann
26