Brasileiro genuíno
Gado leiteiro tropical Girolando completa 20 anos de oficialização no
Brasil e responde por aproximadamente 80%de toda a produção nacional
A raça leiteira Girolando, resultante do
cruzamento entre Gir Leiteiro (3/8) e Holan-
desa (5/8), chega em 2016 a 20 anos de ofi-
cialização no Brasil, pelo Ministério da Agri-
cultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Destacada como “raça tropical genuinamen-
te nacional” pela entidade dos seus criado-
res, une, segundo acentua a mesma fonte,
virtudes do gado Gir, “com toda toda sua ca-
pacidade de adaptação e rusticidade”, e Ho-
landês, “com todos os seus anos de seleção
voltados à produção de leite”.
Embora haja registros históricos de
surgimento dos primeiros animais na dé-
cada de 1940, a Girolando foi oficializada
em 1º de fevereiro de 1996. Então, a As-
sociação dos Criadores de Gado de Leite
do Triângulo Mineiro e Alto Parnaíba (As-
soleite), que em 1989 obtivera delegação
para conduzir o programa para formação
da raça no Brasil, adotou o nome de As-
sociação Brasileira dos Criadores de Giro-
lando. Com sede em Uberaba (MG), atua
para o racional incremento de sua criação.
Os animais da raça já respondem por
cerca de 80% da produção nacional de lei-
te, conforme divulga a Associação Girolan-
do. Com a sua destacada característica de
adaptação a diferentes tipos de manejo e cli-
ma, está presente de Norte a Sul, embora so-
bressaia no Sudeste e no principal Estado
produtor do País, Minas Gerais. Mais de 50%
dos 393 associados registrados em 2016 são
desta unidade da federação, seguida de São
Paulo e Goiás, num total de 19 estados.
A associação já soma mais de 1,527 mi-
lhão de registros da raça feitos entre 1989
a 2015. Salienta ainda a evolução ocorri-
da neste período, com informações da Em-
brapa Gado de Leite de que a produção de
leite das vacas Girolando dobrou nos últi-
mos 13 anos. “Os investimentos dos pro-
dutores rurais em ferramentas de seleção
para detectar os animais de maior produ-
ção contribuíram para esse salto, aliados à
melhoria da qualidade das pastagens e da
nutrição”, avalia a entidade.
José Renes, que atua na associação des-
de o início, enfatiza a formação de um ban-
co de dados zootécnicos confiável, a partir
de instrumentos como Controle Leiteiro e
Teste de Progênie, para gerar avaliações ge-
néticas da raça. Confia, por fim, em evolu-
ção constante, com avanço da seleção ge-
nômica. A instituição evidencia que a raça,
“patrimônio genético nacional, contribui de
forma significativa para que o Brasil se man-
tenha entre as nações de maior potencial de
produção leiteira, em especial entre as situa-
das na faixa tropical do planeta”.
O cruzamento
junta as
qualidades das
raças Gir Leiteiro
e Holandesa
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