Achar saídas para a inserção efetiva do
País no mercado internacional de produtos
lácteos é um dos grandes desafios do setor
no Brasil. “Com exceção dos anos de 2005,
2007 e 2008, a balança comercial de lácteos
mostrou-se deficitária nos últimos 10 anos”,
verificou a Companhia Nacional de Abas-
tecimento (Conab), ao analisar o período
de 2005 a 2015. Nos dois anos mais recen-
tes, houve recuperação nos números, ain-
da que se mantendo deficitários, mas em
2016 voltou a crescer a diferença entre ex-
portações e importações. Nos cinco primei-
ros meses, segundo a mesma fonte, o défi-
cit aumentou 59,9% em valor e 103,6% no
volume.
Em 2015, de acordo com informações
da Associação Brasileira de Laticínios (Viva
Lácteos), o País chegou a ficar superavitário
emUS$ 10,7 milhões no segundo semestre,
mas nos cinco primeiros meses de 2016 es-
tava deficitário em US$ 152,1 milhões. “Isso
ocorreu porque o principal parceiro comer-
cial nas exportações, que em 2015 foi a Ve-
nezuela (responsável por mais de 75% do
total), reduziu de forma drástica as compras
externas em virtude da crise econômica”,
observou Marcelo Martins, diretor-executi-
vo da entidade.
O dirigente mencionou ainda a queda
dos preços das principais commodities lác-
teas no mundo, em função da maior ofer-
ta, como verificado na Europa, e a redução
da importante demanda chinesa. Por ou-
tro lado, enfatizou que importações, pro-
venientes em sua maior parte da Argenti-
na e do Uruguai, apresentaram elevações.
Conforme números da Conab, que ex-
cluem leite modificado e doce de leite, elas
aumentaram mais de 13% em valor e 51%
em volume, comparando janeiro a maio de
2015 e 2016. Já as exportações diminuíram,
em respectivos 44% e 25%.
De qualquer modo, lembrou a Conab, em
abril de 2016, “o mercado interno permane-
ce protegido das importações de leite em pó
com subsídios na origem, pela imposição de
medidas anti-dumping às compras oriundas da
UniãoEuropeia e daNova Zelândia, comvigên-
cia até 5 de fevereiro de 2018”. Além disso, em
6 de junho de 2016, como anunciaram entida-
des do setor, foi renovado acordoentre Argenti-
na e Brasil, prevendo cota máxima de importa-
çãode 4,3mil toneladas de leite empómensais
até maio de 2017 e 4,5 mil toneladas até junho
de 2018.
Em busca de saídas
País enfrenta desafiode ampliar mercados para seus produtos lácteos no
mundo e assim conseguir melhorar a balança comercial brasileira do setor
Importações superam exportações
de lácteos desde
2008
no Brasil
Inor Ag. Assmann
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Números do País no comércio internacional
de produtos lácteos
BRASIL NO MUNDO DO LEITE
Brazil in the world of milk
Fonte:
MDIC/Sistema Alice – Elaboração: Viva Lácteos.
Exportações
US$
Kg
2014
345.406.696
86.037.191
2015
319.186.208
76.813.344
Importações
2014
448.093.044
108.572.140
2015
419.266.948
137.165.278