45
Mandioca
CASSAVA
n
n
n
Menos farinha no saco
Commenosmatéria-prima, osprodutos industriais tambémescassearameospreçosaumentaram. “Abaixaofertademandioca, emes-
pecial no segundo semestre, e o teor e a extração de amidos baixos influenciarama queda na produção anual de fécula, após dois anos de
crescimento”,conformeavaliaçãodoCepea,sobre2016.Estimoudiminuiçãode4,2%naofertadoderivado,alémdemencionarbaixasemní-
veldevarejo.Para2017,previatendênciademenorproduçãoeelevaçãodevalores,limitandopossíveisavançosnademanda.
Em relação à farinha damandioca, o Cepea não temnúmeros de produção, mas cita que, comaumento do preço damatéria-prima
(médiade125%), as suas cotações estiveramemaltaemboapartede2016, oquedeve ter influídonoconsumo. Aliás, demodogeral, ob-
serva que a demanda doproduto, mais concentrada noNorte e noNordeste doPaís, “caiu emboa parte das regiões brasileiras, devido a
mudançasnospadrõesalimentaresdapopulação”. Em2017, a tendênciaeradeprovávelmenor disponibilidadede raízesparaprocessar,
comimpactosnomercado.
Ainda sobre produção demandioca no Brasil, o analista paranaenseMethodio Groxko realça a influência damenor oferta demão de
obra,dassecasnordestinas,deoscilaçõesdepreçosedarecuperaçãomaislenta,porserculturadelongoprazo.Nofuturo,consideraque,
emparaleloaoavançodapesquisavoltadaaoprocessoprodutivo, “énecessáriobuscar alternativasdenovosmercados emanter regula-
ridadenosvolumesexportados,nãoapenasdeformaesporádicaquandoomercadointernonãoabsorve(comoem2015),alémderedu-
zir aociosidadedas indústrias, emespecial asde fécula”.
U
ma das culturas mais tradicio-
nais do Brasil, a mandioca, na
qual já foi líder mundial, passa
por umperíododeestabilidade
e até de redução produtiva, pe-
las perspectivas iniciais existentes para 2017.
Embora ainda supere todo o volume dos de-
mais produtos da olericultura, comnúmeros
anuaisaos redor de23milhõesde toneladas,
a raiz alimentar poderá registrar diminuição
em disponibilidade em 2017, na ordem de
12%, de acordo com estimativas oficiais fei-
tasnomêsde fevereiro.
“O Brasil, apesar do importante avanço
nas pesquisas, resultando emmelhorias nas
produtividades agrícolas e nos produtos in-
dustrializados, reduziu a produção nos últi-
mosanos”,observaMethodioGroxko,econo-
mista do Departamento de Economia Rural
(Deral), da Secretaria da Agricultura e Abas-
tecimento (Seab) do Paraná, Estado sulista
quesedestacanaproduçãodaraiz(2ºmaior)
e da fécula (1º). Mesmo combons resultados
econômicos obtidos em 2016, devido à me-
nor oferta, nãodeverá registrar reação.
Istoocorre,segundooanalista,poracen-
tuada escassez de mão de obra, bem como
de terra no campo, e preferência por cultu-
ras como soja e milho, com resposta mais
rápida. Alémdisso, registra falta demanivas
de boa qualidade e ainda desestímulo ha-
vido na safra de 2015. Na soma dos fatores,
ao invés de umaumento esperado no plan-
tioparao ciclo2016/17, aprevisãona virada
do ano era de que ocorresse diminuição na
área e na produção paranaense, como deve
ocorrer no total do País.
Em 2016, conforme números estimados
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Es-
tatística (IBGE), ainda aconteceu pequeno
acréscimo na área colhida e na produção do
País (respectivos 2,2%e 2,8%), após redução
no período anterior. O ano foi marcado por
preços recordes nominais em alguns perío-
dos, devido à menor oferta emboa parte do
anoeaocrescimentodademandaindustrial,
analisou o Centro de Estudos Avançados em
Economia Aplicada (Cepea), da Escola Supe-
rior de Agricultura Luiz deQueiroz (Esalq), da
UniversidadedeSãoPaulo (USP).
Em vista disso, era esperado avanço mais
expressivo,oquenãoocorreu,porconta,tam-
bém, na avaliação daquele centro, do endivi-
damento de parte dos produtores e da me-
nor disponibilidade de crédito para custeio.
Na verdade, chegarama ser registradas seve-
rasquedas,emespecialnosprincipaisestados
produtoreseprocessadores,comoéocasodo
ParanáedoMatoGrossodoSul.Pelasestima-
tivas iniciais do IBGE, os dois diminuíram a
produçãode2016emrespectivos13%e26%,
enquantopara2017aprojeçãoderecuospara
amboseranaordemde26%e4,5%.
No principal Estado produtor, o Pará, con-
forme o IBGE, ainda ocorreu acréscimo pro-
dutivo de 28% em 2016, mas era projetado
decréscimo de 17% para 2017. Outro Estado
nortista, o Amazonas, apresentava forte cres-
cimento (108%) naquele ano, mas já para o
novo era prevista redução de 50%. E no ter-
ceiro Estado produtor, a Bahia, no Nordeste,
são estimadas diminuições para os dois anos
(11%e7%), eassimnoRioGrandedoSul (4%
e 3%), enquanto em São Paulo deve ser con-
firmadasequênciadealta(4%)ebaixa(14%).
Pouca
oferta
n
n
n
Tradicional culturaagrícolapassapor fasedepequenadisponibilidade
eelevaçãodevalores,oqueaindanãoestimulaumincrementonaatividade