No time to waste
Embrapa Vegetables, over a history of 35 years, bet on genetic
enhancement programs and launched in the market almost
a hundred cultivars, either hybrid or open pollination, besides
vegetables of vegetative propagation. These are more adapted
cultivars, resistant to diseases and more productive, with a better
nutritional quality to meet consumer requirements. An example
are the products rich in antioxidants, which fight the free radicals.
“Behind it, there is an entire structure of Research & Development
(R&D) in the area of plant genetics,
biotechnology, more appropriate
and efficient methodologies in
the different stages of genetic
enhancement and in the evaluation
of the seed quality”, Warley
Marcos Nascimento clarifies.
The agronomist emphasizes the
technology transference works
conducted by Embrapa Vegetables,
like the technical publications and the
Course on Vegetable Seed Technology, offered on a yearly basis
in different regions, and has already qualified upwards of one
thousand technicians and students.
Furthermore, through the Technology Innovation Law (public-
private partnership), Nascimento says that the institution has
managed to launch competitive cultivars in the market, more
adapted to the tropical weather conditions. The work is conducted
jointly with partners, especially with investments by national
companies, which exonerate the government from costs incurred
by the genetic enhancement area. “Embrapa’s role has been
very valuable in the generation and availability of technologies,
processes and services of the vegetable supply chain”, he notes.
Organic seed
In Brazil, the incentive given to organic production over the past
years has not yet been enough to surmount all the difficulties of
the system like the deficient supply of organic seed produced to
fulfill the certification process in the entire supply chain. Because
of this, a huge portion of all vegetables grown organically rely on
conventional seed. Researcher Warley Marcos Nascimento, from
Embrapa Vegetables, has it that one of the challenges for the
development of the organic vegetable supply chain is the capacity
to produce seed of different species, in quantity and quality,
to meet the ever-increasing demand from the producers. “The
need for using more adapted cultivars and seed produced in this
systemmingles with the mandatory rule, set forth by legislation,
requesting the use of organic seed”, he mentions. “Without
any doubt, this will be one more challenge for research and a
newmarket niche for the companies involved in the vegetable
agribusiness.”
Transnacionais
emultinacionais
de sementesde
hortaliças
concentramatividades
noPaís e estimulam
autilizaçãode
tecnologiashíbridas
Inor Ag. Assmann
Sílvio Ávila
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36
Com
Sem tempo a perder
A Embrapa Hortaliças, ao longo de 35 anos de história, apostou
nos programas de melhoramento genético e disponibilizou no
mercado quase uma centena de cultivares, tanto híbridas quanto de
polinização aberta, além de hortaliças de propagação vegetativa.
São materiais mais adaptados, resistentes a doenças e mais
produtivos, commelhor qualidade nutricional para atender às
exigências dos consumidores. Um exemplo são os produtos ricos
em antioxidantes, que combatem os radicais livres.
“Por trás disso existe todo um aparato
de Pesquisa & Desenvolvimento
(P&D) na área de genética de plantas,
biotecnologia, metodologias mais
adequadas e eficientes nas diferentes
etapas do melhoramento genético
e na avaliação da qualidade das
sementes”, esclarece Warley Marcos
Nascimento. O agrônomo destaca as
ações de transferência de tecnologia
realizadas pela Embrapa Hortaliças,
como as publicações técnicas e o Curso sobre Tecnologia de
Sementes de Hortaliças, oferecido todos os anos em diferentes
regiões e que capacitou mais de 1 mil técnicos e estudantes.
Ainda, por meio da Lei de Inovação Tecnológica (parceria público-
privada), Nascimento destaca que a instituição tem conseguido
colocar no mercado cultivares competitivas e mais adaptadas
às condições tropicais. O trabalho é conduzido em conjunto
com parceiros, em especial com investimentos de empresas
nacionais, que desoneram os custos públicos aportados na área de
melhoramento genético. “O papel da Embrapa tem sido valioso na
geração e na disponibilização de tecnologias, processos e serviços
da cadeia produtiva de hortaliças”, assegura.
Sementes orgânicas
No Brasil, o incentivo que a produção orgânica vem tendo nos
últimos anos ainda não foi suficiente para resolver todas as
dificuldades do sistema, como a pouca oferta de sementes
orgânicas produzidas para atender ao processo de certificação em
toda a cadeia. Com isso, boa parte do cultivo orgânico de hortaliças
é feito com sementes convencionais. Para o pesquisador Warley
Marcos Nascimento, da Embrapa Hortaliças, um dos desafios para
o desenvolvimento da cadeia de produção orgânica de hortaliças
é a capacidade de produzir sementes de diversas espécies, em
quantidade e com qualidade para atender à demanda crescente por
parte dos produtores. “A necessidade da utilização de cultivares
mais adaptadas e sementes produzidas neste sistema funde-se
com a obrigatoriedade, pela legislação, da utilização de sementes
orgânicas”, assinala. “Sem dúvida, esse será um novo desafio para a
pesquisa e um novo nicho de mercado para as empresas
envolvidas no agronegócio das hortaliças.”
A história da produção nacional de se-
mentes de hortaliças começou na década
de 1960, ainda em pequena escala e com o
cultivo restrito a poucas espécies. Ao longo
dos anos, o setor evoluiu muito no Brasil,
que passou a produzir grande parte de suas
sementes em âmbito interno, principal-
mente das cultivares de polinização aberta
(não híbridas). Nas últimas duas décadas,
com a modernização da olericultura, além
da entrada de novos híbridos no mercado
e da globalização, transnacionais e multina-
cionais de sementes de hortaliças passaram
a concentrar atividades no País.
O agrônomo Warley Marcos Nascimen-
to, da Embrapa Hortaliças, explica que
essa mudança foi determinante para que o
País passasse novamente a ser grande im-
portador deste insumo, em especial de se-
mentes híbridas. “O balanço do desem-
penho da cadeia produtiva de hortaliças,
a partir do início da década passada até a
presente data, tem sido altamente positi-
vo”, aponta. Com o progresso, houve me-
lhora acentuada no campo, com aumento
de produtividade da maior parte dos culti-
vos de importância econômica.
Conforme o pesquisador, essa nova re-
alidade na olericultura nacional tem contri-
buído para o vigoroso crescimento em valor
do mercado de sementes de hortaliças. No
início da década passada, o valor total do
mercado de sementes de hortaliças era es-
timado em R$ 114,4 milhões; em 2015, al-
cançou o valor de R$ 800 milhões, segundo
dados da Associação Brasileira para o Co-
mércio de Sementes e Mudas (ABCSEM).
Entre 2001 e 2015, o incremento ficou ao
redor de incríveis 700%. Hoje, cerca de 29
empresas nacionais ou transnacionais atu-
am neste segmento no Brasil.
Nascimento destaca que a cadeia pro-
dutiva verifica aumento gradativo da impor-
tação de sementes de cultivares, especial-
mente híbridos F1. “Sem dúvida, a grande
mudança no novo cenário do setor de se-
mentes de hortaliças nacional implementa-
da pelas empresas foi a conversão do mer-
cado de sementes de polinização aberta, de
baixo valor de mercado, para cultivares hí-
bridas", frisa. Dos R$ 550 milhões comercia-
lizados em 2013, 72% (ou R$ 396 milhões) e
28% (R$ 154 milhões) referiram-se, respecti-
vamente, à venda de sementes híbridas e de
cultivares de polinização aberta.