Anuário Brasileiro do Tomate 2016 - page 32

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Se a produção de tomate é bastante susce-
tível às intempéries climáticas e ao ataque de
doenças e pragas, por outro lado o valor rece-
bido pelo produto tende a compensar os ris-
cos. De todos os produtos comercializados na
Companhia de Entrepostos e Armazéns Ge-
rais de São Paulo (Ceagesp), o fruto só perde
em volume para a laranja. Mas quando se tra-
ta de valor movimentado, o tomate ocupa o
topo da lista, sendo considerado o ouro ver-
melho pelos agricultores. Apesar da valoriza-
ção, o preço da hortaliça flutua bastante ao
longo do ano, conforme as condições climáti-
cas para a condução das lavouras, que afetam
diretamente a lei de oferta e procura.
Segundo o engenheiro agrônomo Leo-
nardo Boiteux, da Embrapa Hortaliças, é im-
portante que os produtores obtenham lu-
cratividade para cobrir os altos custos de
produção da tomaticultura. Para produzir
um hectare de tomate de mesa, por exem-
plo, as despesas giram em torno de R$ 50
mil. Os insumos, alguns com valores dolari-
zados, representam fatia considerável desses
gastos, alémdos agrotóxicos, damão de obra
e de toda parte da infraestrutura. Outro com-
ponente de custo importante é a própria se-
mente, que representa 10% do valor total. “A
nova tecnologia, de tomates híbridos, é bas-
tante onerosa, pois as sementes são feitas à
mão, em nome da qualidade”, explica.
O pesquisador ressalta que o melhora-
mento genético tenta, através de acumula-
ção de características genéticas positivas nas
plantas, reduzir despesas, como a necessi-
dade de mão de obra, que representa cus-
to importante de produção – cerca de R$ 12
mil dos R$ 50 mil. “O produtor consegue ze-
rar o custo e passar a ter lucratividade quan-
Ouro vermelho
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