Anuário Brasileiro da Uva 2016 - page 33

Cenário
ainda tímido
Apesar dos esforços de toda a cadeia pro-
dutiva, o País vem perdendo espaço na co-
mercialização de vinhos nos últimos anos.
No cenário internacional, a vitivinicultura
nacional ainda é considerada bastante retraí-
da por analistas. Em comparação com os de-
mais países produtores, o Brasil ocupou a
14ª posição do
ranking
em 2013, com pro-
dução de 273.100 toneladas de vinho, se-
gundo dados da Organização das Nações
Unidas para a Alimentação e a Agricultura
(FAO). Naquele ano, os brasileiros ocupa-
vam o 28º lugar na lista de exportadores e o
20º na relação de importadores.
Em 2015, os embarques somaram U$
81,81 milhões, incluindo todos os produtos
do setor vitivinícola – valor 8,32% inferior
aos resultados de 2014. Com exceção da
uva, os demais itens apresentaram queda
acentuada, em quantidade e em valor. De
acordo com a pesquisadora Loiva Maria Ri-
beiro de Melo, da Embrapa Uva e Vinho,
somente os vinhos, incluindo os de mesa
e os finos, apresentaram queda de 46,04%
na quantidade e 60,84% no valor das ex-
portações. “Pelos valores que se apresen-
tam, certamente o Brasil perdeu diversas
posições no
ranking
mundial”, diz.
Sobre as importações, a analista desta-
ca que o valor das importações em 2015
foi de U$ 382,61 milhões, com redução de
13,04% na comparação com o ano ante-
rior. Especificamente no segmento de vi-
nhos, no mesmo período, houve peque-
no acréscimo na quantidade importada,
de 1,01%, além de redução importante no
valor das importações, de 10,78%. Foram
importados 77,68 milhões de litros de vi-
nho. “Na pauta das importações, o vinho é
o produto commaior expressão, somando
US$ 258,98 milhões”, esclarece.
No balanço do setor, em 2015, Loiva
pondera que o País apresentou déficit de
US$ 300,798 milhões (-14,25%). No caso
dos vinhos e dos espumantes, o preço mé-
dio pago pela importação foi superior ao
recebido pela exportação em 2015, da
mesma forma que no ano anterior. Entre-
tanto, os preços médios pagos e recebidos
sofreram redução. “O vinho foi importa-
do em 2014 ao preço médio de US$ 3,77
por litro, passando a US$ 3,33 por litro em
2015”, afirma. “O vinho brasileiro foi ex-
portado por US$ 3,21 e US$ 2,33 pelo litro
em 2014 e 2015, respectivamente.”
O tamanho do mercado de vinhos fi-
nos brasileiro ainda é insignificante quan-
do comparado com países tradicionais con-
sumidores de vinhos. Estudo feito por Loiva
apontou que, em 2015, foram consumidos
100,409 milhões de litros de vinhos finos
elaborados com uvas
Vitis vinifera L
., apre-
sentando redução de 0,77% em relação a
2014. Nesse segmento, os importados re-
presentaram, em 2015, 77,37% da bebida
do gênero comercializada no País, cerca de
77,685 milhões de litros, enquanto o produ-
to nacional somou 22,724 milhões de litros.
VINHOS DO BRASIL
Um total de 25 vinícolas, das seis principais regiões produtoras brasileiras (de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Pernambu-
co) participam do projeto setorial Wines of Brasil, operado pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) em parceria com a Agência Brasilei-
ra de Promoção das Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). A proposta é promover vinhos, espumantes e sucos nacionais no setor, dan-
do novo fôlego para a cadeia produtiva. A iniciativa tem como mercados-alvo Estados Unidos, China e Reino Unido. Em 2015, os principais
destinos dos vinhos brasileiros foram Paraguai, Estados Unidos, Colômbia, Reino Unido, China, França, Países Baixos, Canadá, Cuba e Japão.
toneladas de vinho
273.100
Brasil ocupou a 14ª posição
do
ranking
mundial em 2013,
com produção de
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