BRASIL ESPUMANTES
As borbulhas dos espumantes brasileiros conquistam novos consumidores a cada dia. Prova disso são os aumentos nos núme-
ros de comercialização. Em 2015, foram vendidos 18,8 milhões de litros, quase 12% a mais em relação ao mesmo período do ano
anterior. Para brindar o momento de consolidação da qualidade e da imagem positiva da bebida, o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibra-
vin) lançou a marca “Brasil Espumantes”. O objetivo é promover de forma exclusiva o produto, fortalecendo ainda mais a identidade
do espumante verde-e-amarelo. “Buscamos reforçar o posicionamento do espumante brasileiro no mercado interno, com a identi-
ficação por meio de uma marca que o represente junto ao consumidor”, explica o enólogo Dirceu Scottá.
Os espumantes são o carro-chefe da viti-
vinicultura no Brasil. O País demonstra voca-
ção para a produção de uvas brancas e para
a elaboração da bebida, em especial na Ser-
ra Gaúcha, devido ao
terroir
da região – so-
matório de fatores como solo, clima, condi-
ção geográfica, manejo e cultura produtiva.
Essa categoria de vinho fino é elaborada, na
maioria das vezes, commescla de safras, sen-
do reservado aos Millésimes (que declaram
a safra) e aos de mais alta gama a designação
da safra. Os produtores utilizam principal-
mente uvas brancas (Chardonnay e Riesling,
Prosseco e Moscato – esta para espumantes
do tipo moscatel) e tintas (Pinot Noir).
Nas últimas safras, nota-se incremento
de forma generalizada em todas as catego-
rias de espumantes. Em paralelo, cresceu
também a procura junto aos consumidores.
Entre 2010 e 2015, o consumo de espuman-
tes passou de 16,8 milhões de litros para
22,8 milhões de litros, representando alta
de 35,5%. Hoje, observando apenas vinhos
finos, os espumantes representam 19% do
que é comercializado no País. O percentu-
al é comemorado pelo setor, tendo em vista
que o consumo
per capita
de vinho ainda é
pequeno em território nacional, de cerca de
dois litros por habitante ao ano.
Conforme Dirceu Scottá, presidente do
Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), é difí-
cil estabelecer o montante da produção bra-
sileira de espumantes, uma vez que a bebida
é elaborada a partir de uma segunda fer-
mentação do vinho – as empresas declaram
apenas o montante de vinho que será trans-
formado em espumante ao longo do ano.
No entanto, em relação à comercialização, o
balanço aponta que foram negociados 18,8
milhões de litros em 2015. Na comparação
com 2014, o enólogo ressalta que o cresci-
mento nas vendas foi de 11,93%.
Em 2015, a entidade destaca que, somen-
te no Rio Grande do Sul, 123 empresas co-
mercializaram seus espumantes. Coonforme
Scottá, as marcas brasileiras têm cada vez
maior representatividade no mercado inter-
no. “Do total de espumantes consumidos
no Brasil, 80% são rótulos nacionais. Em
2015, totalizaram 18,7 milhões de litros”, fri-
sa. A qualidade e a tipicidade da bebida brasi-
leira conquistam tambémo paladar mundial.
A categoria obteve mais de 100 medalhas em
concursos internacionais em 2015.
“Nosso espumante tem excelente re-
lação comparativa entre custo e qualidade.
É um produto jovem, com alto padrão de
qualidade, de muito boa aceitação no mer-
cado interno”, pondera o dirigente do Ibra-
vin. “E no mercado externo vem despertan-
do muito interesse, principalmente por seu
equilíbrio entre álcool e acidez naturais”. A
expectativa do setor é de que o consumo
continue aumentando, com a exceção de
2016, quando a perspectiva é de retração
nas vendas. “Um dos nossos objetivos é re-
duzir as sazonalidades destas vendas, algo
que vem acontecendo, e voltar ao ritmo
de crescimento que vínhamos tendo antes
da elevação da alíquota do Imposto sobre
Produto Industrializado (IPI)”, justifica.
Muito
frisson
toneladas de vinho
273.100
Brasil ocupou a 14ª posição
do
ranking
em 2013,
com produção de
35