VENDIDAS
A comercialização de uvas nacionais para o consumo
in natura
foi de 42.929,07 toneladas em 2015, de acordo com os dados do
Sistema de Informação e Estatísticas de Mercado (Siem), do Entreposto Terminal de São Paulo (ETPS), da Companhia de Entrepostos e
Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). Os preços médios mensais de uva niágara rosada variaram de R$ 3,85 em fevereiro a R$ 5,46
em novembro, conforme os números do Siem. A venda de uvas niágara foi de 12.426,13 toneladas, o equivalente a 28,95% de toda uva
nacional comercializada no entreposto.
A segunda cultivar mais plantada e de maior valor no mercado, a uva itália registrou preços médios mensais que variaram de R$ 3,84
pelo quilo emmarço a R$ 4,45 em novembro 2015. A comercialização total foi de 7.700,83 toneladas, representando 17,94% da uva nacio-
nal vendida no ETSP/Ceagesp. A área plantada com essa cultivar no Brasil está estimada em 8.500 hectares. Das demais variedades com
sementes, se sobressaem a benitaka, com 10,75% da quantidade comercializada no ETSP; a red globe, com 7,56%; e a rubi com 7,18%.
"Nos últimos anos, a demanda por uvas sem sementes aumentou e os preços também se elevaram", destaca Loiva, da Embrapa Uva
e Vinho, de Bento Gonçalves (RS). No ETSP, foram negociadas 5.226,30 toneladas de crimson, significando 12,17% do total de uva bra-
sileira comercializada, e 4.601,50 toneladas de thompson, igual a 10,72% do volume total. Os preços médios mensais obtidos pela ven-
da da thompson, ofertada o ano todo, variaram de R$ 7,00 em fevereiro a R$ 9,75 em dezembro de 2015.
Cachos
A uva niágara rosada é a principal cul-
tivar utilizada para consumo
in natura
no
Brasil, ocupando cerca de 10 mil hectares.
“Toda a uva niágara produzida no País é
destinada ao mercado interno, sendo que
em algumas regiões parte da produção vai
para a elaboração de vinhos”, explica Loiva
Maria Ribeiro de Mello, pesquisadora em
Socioeconomia da Embrapa Uva e Vinho,
de Bento Gonçalves (RS). Grande parte do
plantio é realizado por agricultores fami-
liares, trabalhadores contratados ou meei-
ros que entram com a mão de obra e os vi-
ticultores com os insumos.
A maioria dos produtores entregam a
colheita de uva niágara para intermediários
(atacadistas), que transportam e vendem a
fruta em centrais de abastecimento ou em
grandes redes de supermercados. “Aque-
les que possuem maior estrutura negociam
a uva diretamente nas centrais de abasteci-
mento ou redes de supermercados”, obser-
va Loiva. Das centrais de abastecimento, an-
tes de chegar ao consumidor final, a fruta
passa pelo mercado varejista como lojas es-
pecializadas, feiras, quitandas, supermerca-
dos, sacolões e até vendedores ambulantes.
A produção de uvas que também pode
ser consumida
in natura
foi de 717.941 to-
neladas, o equivalente a 47,88% do total co-
lhido no Brasil em 2015. A maior concentra-
ção de produção de uvas rústicas, incluindo
a niágara branca e a niágara rosada, ocorre
nos estados do RioGrande do Sul, São Paulo
e Santa Catarina. O Rio Grande do Sul pro-
duziu 876.286 toneladas de uvas em 2015.
Deste total, 34.867 toneladas era de niágara
rosada e 56.910 toneladas de niágara bran-
ca. A cultivar é plantada em quase todos os
municípios produtores de uvas do Rio Gran-
de do Sul, que são mais de 100.
Conforme a pesquisadora Loiva deMello,
a niágara branca é mais utilizada para elabo-
ração de vinho branco e a niágara rosada
para o consumo
in natura
. No Rio Grande
do Sul, mais de 80% da produção de niága-
ra branca e quase 40% da niágara rosada são
destinadas ao processamento. “O percentual
de uva niágara encaminhada ao processamen-
to varia bastante, dependendoda demanda de
uvas de mesa, dos preços e da qualidade da
fruta colhida”, observa.
Vinhos de mesa e espumante são espe-
cialmente elaborados com uva niágara em
Santa Catarina. “Neste Estado, a vitivinicul-
tura apresenta expressão econômica, prin-
cipalmente na região do Vale do Peixe, que
apresenta grande similaridade com a da
região da Serra Gaúcha quanto à estrutura
fundiária, à topografia e ao tipo de explo-
ração vitícola”, compara.
O Estado de São Paulo é o maior pro-
dutor de uva niágara para o consumo
in
natura
, participando com 9,47% da pro-
dução brasileira de uvas em 2015. “Qua-
se toda a área plantada no Estado é desti-
nada à produção de uva de mesa”, aponta
Loiva. Em 2015, os paulistas produziram
131,94 milhões de quilos de uva, sendo 74
milhões de quilos de uva de mesa rústica
(americana ou híbrida), 56,63 milhões de
quilos de uva fina de mesa e 1,31 milhões
de quilos de uva para indústria. Os dados
foram obtidos no Instituto de Economia
Agrícola (IEA) de São Paulo.
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