Anuário Brasileiro do Milho 2016 - page 78

Inor Ag. Assmann
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A segunda safra da cultura do milho em
2016 começou com ótima perspectiva, em
especial porque o produtor rural estava mo-
tivado e isso fez com que aumentasse a área
cultivada e também a janela de plantio. O
agricultor comprou sementes de alta tecno-
logia, utilizou tratamento de sementes para
lagartas e percevejo, controlou plantas dani-
nhas e planejava fazer duas ou mais aplica-
ções de fungicidas. Entretanto, o clima co-
meçou a atrapalhar e a falta de chuva deixou
muitas áreas de milho com o solo seco, pre-
judicando o desenvolvimento das plantas.
Quando isso ocorre, uma série de fa-
tores fisiológicos é desencadeada. Segun-
do o engenheiro agrônomo Danilo Belia
Kashiwakura, gerente de Marketing Estra-
tégico da Bayer para a Cultura Milho, um
deles é o aumento de ácido abscísico, hor-
mônio responsável pelo fechamento de
estômatos e que diminui a evapotranspi-
ração da planta e, consequentemente, seu
potencial produtivo.
O especialista explica que, hoje, há tec-
nologia disponível para obter os mais altos
patamares de rendimento, mas é preciso
começar bem o plantio, independente-
mente do nível tecnológico adotado. “É
importante o agricultor tomar algumas
medidas, como plantar em área limpa,
proteger a semente e ter uniformidade na
distribuição de plantas. A proteção da tec-
nologia Bt, o manejo de plantas daninhas
resistentes com o uso de herbicidas resi-
duais e novos fungicidas também estão en-
tre as soluções disponíveis”, pontua.
A construção de um solo fisicamente
adequado, quimicamente corrigido e bio-
logicamente ativo é imprescindível para o
sucesso de uma lavoura. “Sabendo que a
questão hídrica vem preocupando cada
vez mais os produtores, uma das alternati-
vas é o bom preparo de solo para permitir
o desenvolvimento de raízes mais profun-
das em busca de água", frisa. "Um exem-
plo é o uso de plantas com alta capacidade
de formação de massa radicular em áreas
de pousio, como a braquiária, para a ma-
nutenção física e biológica do solo. Ou-
tra medida é a melhor adubação do milho
para construção de um maior potencial de
produção, também pensando na ciclagem
dos nutrientes e melhoria da fertilidade."
Mesmo com maior investimento, é im-
portante estar atento ao bom estabeleci-
mento da cultura, como uniformidade na
distribuição de sementes, com o mínimo de
falhas e plantas duplas. Para isso, a desseca-
ção antecipada (com o mínimo de 15 a 28
dias), a velocidade de plantio, a regulagem
da plantadeira e um tratamento de semen-
tes de qualidade são essenciais.
Nas alturas
Pesquisas e novas tecnologias viabilizam a alta produtividade domilho,
mas produtor rural tambémprecisa fazer sua parte, a começar pelo plantio
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