Sem estímulo
Em relação ao plantio dos novos híbridos lançados pelo IAC em 2015, o pesquisador Eduardo Sawazaki relata que já existem sementes
básicas para instalação de campo de produção do IAC 367. “A Sella Sementes não esta interessada em produzir a variedade porque os milho
especiais, incluindo o pipoca e o milho branco, não obtiveram o aumento que houve no milho comum”, explica.
Conforme Sawazaki, para a safra de verão os produtores não estão interessados nos milhos especiais, só no milho comum amarelo, de-
vido ao seu alto preço no mercado. Também comenta que a lavoura de milho pipoca na safrinha no Mato Grosso é a primeira a ser plan-
tada e não deve ter sofrido danos pela seca. O preço do grão em relação ao milho teve a relação diminuída, devido à valorização do milho.
Para o milho pipoca ser vantajoso, em relação ao milho comum, o valor deve ser maior ou igual a dois por um. A conclusão de Sawazaki
é de que não há estimulo de preço para o plantio do milho pipoca na safra de verão 2016/17. Já para a safrinha de 2017, vai depender da alta
produção do milho no ciclo 2016/17 e de sua possível queda de preço, ou do aumento substancial do preço do milho pipoca.
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Menor consumo na Copa doMundo em2014 contribuiu para aumentar
os estoques de milho pipoca e reduzir o plantio nos dois anos seguintes
A produção de milho pipoca no Mato
Grosso, considerado o principal produtor
deste grão, vem caindo desde a colheita re-
corde de 255 mil toneladas registrada em
2014. O milho pipoca é plantado na segun-
da safra do grão comum. Não há dados ofi-
ciais sobre o cultivo total de pipoca no Bra-
sil, mas cálculos de mercado indicam que
mais de 80% da produção do País venha de
Mato Grosso. O acompanhamento é feito
pela unidade estadual do Instituto Brasilei-
ro de Geografia e Estatística (IBGE).
A área plantada commilho pipoca aumen-
tou bastante em 2014, estimulada pela reali-
zação da Copa do Mundo, destaca a equipe
técnica do IBGE. No entanto, a demanda não
foi tão grande quanto à colheita, o que levou
à alta dos estoques e à consequente redução
de área em 2015. Em linguagem futebolística,
embolou omeio de campo na cadeia da pipo-
ca. E o excesso de chuvas ainda afetou a pro-
dutividade e a qualidade do grão.
A estimativa da área destinada a esse culti-
vo totalizou 21.835 hectares nos municípios
mato-grossenses em 2016, com redução de
13.104 hectares em relação ao plantio reali-
zado no ano anterior. A produção está pro-
jetada em 90.180 toneladas, com 55.031 to-
neladas a menos, em comparação com o
resultado de 2015. Além da área menor em
2016, a produtividade – que varia de 3.600
a 4.200 quilos por hectare – deve ser afetada
pelo efeito contrário, a falta de chuvas.
Um total de 10 municípios do Estado
destina lavouras para o milho pipoca. Mas
em junho de 2016, quatromunicípios (Bras-
norte, Primavera do Leste, General Carnei-
ro e Tangará da Serra) deixaram de plantar
a cultura nesta temporada. As duas maiores
safras estão previstas para os municípios de
Campo Novo do Parecis, com 49.560 tonela-
das, e Sapezal, com 16.380 toneladas.
Conforme a empresa Sella Sementes,
parceira na produção de milho pipoca do
Instituto Agronômico de Campinas (IAC),
da Secretaria de Agricultura e Abastecimen-
to do Estado de São Paulo, o preço da se-
mente nacional, praticado pela sementeira,
é de cerca de R$ 20,00 pelo quilo, ou de R$
400,00 pela saca de 20 quilos. Tem produtor
grande em São Paulo que só planta material
importado da Argentina ou da empresa Se-
edCorp, do Rio Grande do Sul. A unidade
gaúcha comercializa o Popten e Poptop II.
Embolou o
meio de campo
Excesso de chuva afetou a produtividade
e a qualidade do grão em 2015