Jornal da Emater - Edição 3 - page 17

O
minifúndio dos Pan-
dolfo, em Campo
Bom, insiste em ir
contra a lógica. Senão
bastasse o fato de aminúscula área
de apenas sete hectares ser usada
para a pecuária de corte, eles ainda
conseguiram ampliar os negócios
e se fixar numfilé de mercado.
O gosto pela atividade rural se
traduz no capricho e na busca cons-
tante por tecnologia, que mantêm a
propriedade como um modelo de
economia familiar. Desde a criação
dos animais até a comercialização
da carne, em cortes especiais, tudo
é feito pelo clã dos Pandolfo. Foi em
1990 que eles começaram na ativi-
O filé da
competência
No Vale do Sinos,
mesmo com apenas
7 hectares, uma
propriedade
familiar se
consolida no
mercado da
pecuária de corte
dade, com o sistema de semiconfi-
namento. Depois, foram incorpo-
rando métodos que melhoraram o
desempenho do rebanho. Acriação
deumaagroindústria, comcarnede
qualidade superior, foi uma conse-
quência natural donegócio.
“Buscamos um público que
valorizasse essa carne melhor,
porque trabalhamos desde o iní-
cio com boa alimentação para os
animais, silagem de milho, casca
de soja, todos produtos naturais.
Nãoministramos nenhum tipo de
produto para engorde, somente as
vacinas para limpeza dos animais,
combate a carrapatos, bernes, es-
sas coisas, mas o resto é só o natu-
ral mesmo”, conta seu Adair Pan-
dolfo, que, comos dois filhos, toca
o empreendimento.
O extensionista da Emater/RS-
-Ascar Claudinei Baldissera é quem
atende a família. “O acompanha-
mento envolve desde a estrutura
organizacional da família ao crédito
rural, às recomendações de técnicas
de conservação de solo e do meio
ambiente”, frisa. “Mas, principal-
mente, ao longo do tempo foi se
desenvolvendo estruturas e plane-
jando-as para que a família pudesse
melhorar a produção do gado, de
forma que chegamos ao momento
atual, em que a carne é produzida,
processada na propriedade e colo-
cada diretopara o consumidor”.
Na pequena propriedade,
Adair encontrou uma forma de
manter a família unida e traba-
lhando junta. “Tenho dois filhos,
o Juliano e o Luciano. Quando
começamos a planejar o investi-
mento da agroindústria, chamei
eles para uma conversa e questio-
nei se estavam dispostos a encarar
o desafio. E eles toparam”, ressalta.
“Eu continuonomeu ramo, que é a
engordadoboi. Souprofissional no
que faço, mas tem uma outra par-
te, que é embalar, cortar, fazer um
corte diferenciado, alémda comu-
nicação para vender, para poder
fazer a conclusão do serviço”.
Atendimento
personalizado
Enquanto Juliano auxilia o pai
na parte de campo e do bem-estar
dos animais, o outro filho, Luciano,
é responsável pela agroindústria e
pelo processamento da carne. “A
gente trabalha com uma linha de
quatro kits para churrasco e dois
para o dia a dia. Temos os cortes
principais, que são selecionados, e
com todas estas carnes montamos
os kits com cinco quilos de carne e
entregamos para o consumidor. Se
algum cliente liga e quer montar
o kit, também fazemos o conjunto
personalizado. A carne é embalada
a vácuo e acondicionada em caixas
de papelão para facilitar o trans-
porte até a residência do consumi-
dor”, explica Luciano Pandolfo.
O Sítio Pandolfo conta com a
inspeção do Serviço de Inspeção
Municipal (SIM), que é mais uma
garantia aos consumidores da
agroindústria de que os produtos
possuem selo de qualidade e sa-
nidade. Além disso, Luciano fre-
quentou cursos de boas práticas e
gestão de agroindústria e o empre-
endimento está cadastrado no Pro-
grama de Agroindústria Familiar
do Rio Grande do Sul.
Gado de corte da família
Pandolfo, em Campo Bom;
ao pé da página,
seu Adair em ação
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