A
indústria brasileira de fertili-
zantes encerrou 2016 com de-
sempenho superior ao verifi-
cado ao longo do ano anterior.
As vendas ao consumidor final
totalizaram 31,408 milhões de toneladas
de janeiro a novembro de 2016, resultado
11,5% superior ao obtido no mesmo perío-
do do ano anterior. Os resultados são apon-
tados pela Associação Nacional para Difu-
são de Adubos (Anda). O volume também é
maior do que as vendas totais de 30,201mi-
lhões de toneladas de 2015.
A maior demanda foi influenciada pela
continuação da relação de trocas favorável
para a maioria das culturas, frisa David Ro-
quetti Filho, diretor executivo da Anda. Na
safra 2015/16 e na etapa 2016/17, a partici-
pação dos fertilizantes nos custos de produ-
ção foi de 36%, ou R$ 702,58 por hectare, e
de 35%, ouR$ 726,4por hectare, respectiva-
mente, de acordo como InstitutoMatogros-
sense de Economia Agropecuária (Imea).
No acumulado de 2016, o total de nu-
trientes (NPK) entregues contabilizou 13,509
milhões de toneladas, com aumento de
10,6% sobre o desempenho contabilizado
nos mesmos meses do ano anterior. As ven-
das de fertilizantes nitrogenados (N), fosfa-
tados (P2O5) e potássicos (K2O) totalizaram
3,752 milhões de toneladas, 4,529 milhões
de toneladas e 5,228 milhões de toneladas,
respectivamente. Na mesma ordem, o re-
sultado de cada um dos três grupos de nu-
trientes apresentou acréscimo de 17,4%,
8,3% e 8,1%, em relação ao verificado na
temporada de 2015.
MatoGrosso liderou coma demanda de
6,029milhões de toneladas, 19,2%do total
entreguenomercadonacional. Na sequên-
cia vêmParaná (12,7%), com3,992milhões
de toneladas; Rio Grande do Sul (12,7%),
com 3,985 milhões de toneladas; São Pau-
lo (11,7%), com 3,665 milhões de tonela-
das; e Minas Gerais (11,7%), com 3,661 mi-
lhões de toneladas.
A produção brasileira de fertilizantes in-
termediários chegou a 8,224milhões de to-
neladas, 1,7%amenos do que as 8,366mi-
lhões de toneladas elaborados de janeiro a
novembro de 2015. Diminuíram as produ-
ções de fertilizantes nitrogenados (-3,9%)
e de fosfatados (-2,3%). Nos potássicos,
houve aumento de 2,6%. No entanto, da-
dos preliminares apontaram que a impor-
tação de fertilizantes intermediários foi de
22,351milhões de toneladas, indicando in-
cremento de 12,6%. Foram registradas al-
tas de 30% nos nitrogenados, 11,5% nos
fosfatados e 1,8%nos potássicos.
No
lucro
Setoresdefertilizantes,defensivosemáquinasagrícolasfecham2016
comresultadosmaispositivosdoquenegativos,apesardacrisedoPaís
DEFENSIVOS
MOTORIZADOS
O ano de 2016 foi de queda para o setor de máquinas agrícolas e rodoviárias, mas as projeções são positivas para 2017. Durante 2016,
foram fabricadas 53 mil unidades, resultado 4,1%menor do que as 55,3 mil unidades produzidas no ano anterior, conforme o balanço di-
vulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A comercialização totalizou 42,8mil unidades, com
redução de 4,8% sobre as 45 mil unidades em 2015. A exportação somou 9,5 mil unidades, com baixa de 5,7% em relação as 10,1 mil uni-
dades do ano anterior. O setor abrange tratores de rodas, colheitadeiras, cultivadoresmotorizados, tratores de esteiras e retroescavadeiras.
O presidente da Anfavea, AntonioMegale, destaca que vários fatores influenciaramna queda dos resultados em2016. Em razão da
instabilidade política brasileira, investidores e consumidores adiaram novos projetos. O acesso ao crédito foi dificultado pelas ins-
tituições financeiras, que se tornarammais seletivas na hora da concessão, em decorrência da conjuntura econômica. “Em conse-
quência, as vendas financiadas caíram no total do licenciamento”, aponta.
Até a metade de 2016, o Brasil havia importado 161.704 tone-
ladas de defensivos agrícolas, com acréscimo de 19,2% em com-
paração com o adquirido no primeiro semestre do ano anterior.
As informações foram divulgadas pelo Sindicato Nacional da In-
dústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), emagosto de
2016. Cerca de 80% dos insumos utilizados pelas indústrias são
importados. O balanço oficial das vendas de agroquímicos deve
ser anunciado no primeiro trimestre de 2017. Emmarço de 2016,
a entidade divulgou os números do ano anterior.
De acordo com o Sindiveg, nesse período de 2016, os her-
bicidas foram os mais importados, totalizando 111.858 tone-
ladas. A classe dos fungicidas ficou em segundo lugar, com a
importação de 29.013 toneladas. Enquanto isso, a categoria
dos inseticidas apresentou queda significativa, passando de
29.490 toneladas em 2015 para 18.809 toneladas em 2016. O
volume de importação de acaricidas e outros também apre-
sentou queda e atingiu 1.512 e 512 toneladas, respectivamen-
te, nos primeiros seis meses de 2016.
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