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RENOVA BIOCOMBUSTÍVEL
A Conab observa que, apesar do aumento nas exportações de
açúcar em 2017, as unidades de produção ampliaram a destinação
de cana para produção de etanol na reta final da safra, a partir de
setembro, aproveitando ainda a melhoria do Açúcar Total Recupe-
rável (ATR) médio por causa do inverno mais seco.
Neste período, com elevação do preço da gasolina, passou a ha-
ver maior consumo de etanol hidratado, até então em retração. No
cômputo geral da safra, de abril a outubro, pelos dados da mesma
fonte, este derivado teve queda de 5,2%e o anidro (misturado à ga-
solina) aumentou 0,9%, gerando queda no total em 2,7%. Já pe-
las informações da Unica no Centro-Sul até dezembro, o aumento
do anidro chegou a 1,27%, enquanto o hidratado teria diminuído só
0,57%, permitindo totalização positiva de 0,21%.
Obiocombustível, que já detémamaior destinação da cana nacio-
nal, possui condições de ampliar oespaço. Umprogramade incentivo,
chamado RenovaBio, aprovado no final de 2017 pelo Senado Federal
e que procura atender compromissos do País com o Acordo de Paris
na redução de emissões de gases poluentes até 2030, pode dar novo
fôlego ao setor, compossibilidades até de dobrar a produção, segun-
do a Unica. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)
conjectura tambémque a limitação de investimentos existente pode
ser revertida com retomada mais forte da economia e possível im-
plantaçãodoRenovaBio, aumentandoomix de etanol no setor e, com
menor oferta de açúcar, acelerando a recuperação destesmercados.
emrecuperação judicial, oscilações de pre-
ços de açúcar e períodos anteriores com
adversidades climáticas.
Na temporada em andamento, e já
se encaminhando para a última eta-
pa, as condições de clima estavam sen-
do consideradas satisfatórias até o início
de dezembro de 2017 na principal região
produtora (Centro-Sul), além de haver re-
cuperação no Norte e no Nordeste. As-
sim, havia possibilidade de leve aumento
na produtividade, por volta de 0,2%, mas
ainda distante dos melhores níveis do fi-
nal da década passada. Na avaliação do
organismo público, poderia estar influin-
do a idade das lavouras de cana-de-açú-
car, que não foram renovadas como se es-
perava nas últimas safras.
Aprodução,nofinal,ficariareduzidaem
3,3%, por conta damenor área colhida nos
principais estados produtores (São Paulo,
Goiás e Minas Gerais), de acordo com o le-
vantamento da Conab. De qualquer forma,
registrava crescimento de 12,8% na área
de plantio, alimentando perspectivas futu-
ras. Ainda em relação à colheita na maior
região produtora, a Centro-Sul, a União da
Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) con-
firmava no último mês do ano redução de
2,33% no movimento das usinas, entre 1º
de abril e 1º de dezembro de 2017.
Quanto aos principais derivados da
cana, as estimativas das duas fontes eram
positivas para a produção de açúcar na
temporada, como já aconteceuna anterior.
“O preço do produto no mercado externo
elevou a sua representatividade nas duas
últimas safras”, comenta a companhia de
abastecimento, citando que houve cres-
cimento na destinação da matéria-prima
para esta finalidade (de 40,4% para 45,9%
e 47,1% na sequência). Na sua avaliação,
seriamproduzidos mais 2%nesta safra em
nível nacional, enquanto a Unica confirma-
va elevação de 1,1%até dezembro de 2017
no âmbito do Centro-Sul.
Ainda em relação aos valores do açú-
car, a Conab verificava que, “no ano cor-
rente, os preços iniciaram com tendência
de queda, após sucessivos aumentos de
2016. O ano de 2017 foi marcado por ofer-
ta excedente, desvalorização do preço in-
ternacional, expectativa de safra superavi-
tária e clima propício à moagem interna”.
Mas, a partir de setembro, de acordo com
a mesma fonte, houve inversão na tendên-
cia e os preços voltaram a apresentar valo-
rização, com oferta mais restrita. As expor-
tações brasileiras, por sua vez, no período
da safra, entre abril e setembro, mostra-
vam crescimento de 7,2% entre abril e ou-
tubro, quando já atingiram 15,51 milhões
de toneladas e US$ 5,95 bilhões.
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