Sílvio Ávila
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A RODA DO
progresso
Potencial imenso
A Bahia vem ampliando a produção de sementes de soja nos últimos anos, apesar da seca que atingiu os estados
nordestinos. “O setor tem condições de dobrar a área atual destinada à produção de sementes de soja em território
baiano”, destaca Ivanir Maia, da Aprosem. O plantio no Estado ocupou 132 mil hectares no período 2014/15.
Também pode ampliar as áreas de sementes de milho e de algodão. Os sementeiros investem cada vez
mais em suas estruturas para melhorar ainda mais os níveis de qualidade dos produtos.
O setor sementeiro continua a onda
de crescimento iniciada pela agricultura
brasileira, em especial da área de grãos,
na região denominada de Matopiba. A
abrangência da região é de 337 municí-
pios e 31 microrregiões, totalizando 73
milhões de hectares, nos estados de Ma-
ranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (de cujas
iniciais empresta sua sigla). O principal
ARegiãodenominada
Matopiba
impõe-sena
produçãodesementes,
comdestaquepara
aBahia, queocupa
18,06%DOTERRITÓRIO
compreendido
critério de delimitação do território foi
embasado nas áreas de cerrados existen-
tes nos quatro estados. O segundo foram
os dados socioeconômicos.
O Maranhão ocupa 32,77% do terri-
tório do Matopiba, com 23,9 milhões de
hectares e 135 municípios. O Tocantins
tem 37,95% da área, com 27,7 milhões
de hectares e 139 municípios. Já o Piauí
representa 11,21%, com 8,2 milhões de
hectares e 33 municípios. A Bahia com-
pleta a região com 18,06% da área, 13,2
milhões de hectares e 30 municípios. A
proposta dessa delimitação foi feita pelo
Grupo de Inteligência Territorial Estraté-
gica (GITE), da Embrapa.
Uma das principais oportunidades do
Matopiba é a possibilidade de ampliar as
áreas agrícolas, aumentando novas lavou-
ras para a produção de grãos. "A soja é
a principal cultura agrícola e se manterá
assim, pois apresenta excelente organi-
zação da cadeia produtiva, com seus im-
portantes
players
presentes na região",
destaca o agrônomo Ivanir Maia, diretor
executivo da Associação dos Produtores
de Sementes do Estado da Bahia (Apro-
sem), entidade que congrega os multipli-
cadores de sementes na área de abran-
gência do Matopiba. Ele observa que o
uso de novas tecnologias, por exemplo
na área da biotecnologia, deve ser favo-
recido porque os sojicultores são adep-
tos às novidades tecnológicas.
A expectativa é de que a produção
de grãos possa ocupar 10,9 milhões de
hectares até 2022, conforme o Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa). "No entanto, produzir sementes
em altas temperaturas, principalmente
no Maranhão e no Piauí, é um dos de-
safios que o setor produtivo do Matopi-
ba terá de superar", destaca Maia. Inclu-
sive, as recentes estiagens reduziram a
capacidade de investimento na produção
de grãos. Para Ivanir Maia, a logística é o
grande entrave ou gargalo da região.
Na atualidade, o Estado do Matopi-
ba que mais produz sementes de soja é
a Bahia. Na safra 2015/16, a produção é
estimada em 3,215 milhões de sacas de
40 quilos, superando as 2,8 milhões de
sacas da temporada anterior. O volume
total do Matopiba é de 4,751 milhões de
sacas no ciclo 2015/16. Em média, a taxa
de utilização do insumo certificado fica
perto dos 65%.
O volume comercializado ficou próxi-
mo de 2,5 milhões de sacas de 40 quilos
de sementes, destinado ao plantio da sa-
fra 2015/16. As sementes de soja colhidas
na Bahia são vendidas no próprio Esta-
do e também para Tocantins, Maranhão,
Piauí, Mato Grosso e Pará.
De acordo com Ivanir Maia, não es-
tão faltando sementes de soja para os so-
jicultores do Matopiba. "Talvez eles ape-
nas não encontrem no mercado alguma
variedade", comenta. Além disso, os pro-
dutores estão utilizando mais grãos sal-
vos em 2016, muito em decorrência da
crise econômica brasileira e da falta de
crédito. No caso do milho, poderão faltar
sementes, em consequência do aumento
da área plantada, inclusive na Bahia.
