N
o Brasil, são considera-
das pessoas em situa-
ção de extrema pobreza
aquelas que vivem com
menos de R$ 85,00 por mês. Foi
para amenizar a realidade des-
ta gente que o governo federal
criou o Plano Brasil Sem Miséria
(PBSM). A ideia é garantir renda
e o acesso aos serviços públicos
com o objetivo de melhorar as
condições de educação, saúde
e cidadania das famílias. Além
disso, outro foco é o aumento da
capacidade e das oportunidades
de trabalho e de geraçãode renda
entre as famílias mais pobres do
campo e das cidades.
PLANObrasil
semmiséria
vaiatender
produtoresrurais
quevivemem
SITUAÇÃODE
pobrezaextrema
assistênciasocial
Paraquemnãotemnada,
qualquercoisaéodobro
A fim de melhorar a alimenta-
ção das famílias que vivemna ex-
trema pobreza no meio rural do
Rio Grande do Sul e ao mesmo
tempo aumentar sua renda, a
Emater/RS-Ascar e a União man-
têm um acordo para a realização
da terceira etapa do PBSM no Es-
tado, com duração de três anos.
De acordo como coordenador
do PBSM na Emater/RS-Ascar,
Márcio Berbigier, o foco desta
etapa está em indígenas, quilom-
bolas, pescadores artesanais e
agricultores familiares. “Serão
atendidas 1.400 famílias, sendo
613 delas de indígenas, 200 de
pescadores artesanais, 316 qui-
lombolas e 271 de agricultores
familiares”, destaca. Cada grupo
familiar receberá a importância
de R$ 2.400,00, não reembolsá-
veis, em duas parcelas, através
dos cartões do Bolsa Família ou
do Cidadão para o investimento
em atividades capazes de produ-
zir alimentos de qualidade para
o autoconsumo e para a venda
do excedente ou com potencial
para aumentar o poder aquisiti-
vo. “Com o recurso recebido e a
orientação dos extensionistas da
Emater, as pessoas beneficiadas
pelo PBSM normalmente optam
por cultivo de hortas e poma-
res, construção de galinheiros
e outras estruturas para peque-
nas criações de aves e suínos,
por exemplo, ou pela compra
de ferramentas para a abertura
de oficinas ou marcenarias para
trabalhar e aumentar a capacida-
de econômica de quem vive no
campo”, comenta Berbigier.
A terceira etapadoPBSM já está
sendo executada pela Emater/
RS-Ascar desde janeiro de 2017,
com a capacitação dos técnicos
que atenderão às famílias e a
montagem dos comitês gestores
em cada município. A próxima
etapa será a seleção das famílias
e o desenvolvimento dos proje-
tos produtivos, de acordo com o
perfil de cada uma delas. “Muitos
dos extensionistas participaram
das etapas anteriores, mas outros
terão a primeira experiência. Por
isso, já realizamos quatro eventos
de capacitação dos técnicos, cada
um destinado a um dos públicos
específicos a serem atendidos”,
explica Berbigier.
Algumas orientações, mesmo
que pareçam óbvias para quem
está acostumado com a vida no
campo, precisam ser repassa-
das a quem não está familiariza-
do com essa rotina. “Em alguns
casos, como a implantação de
uma horta, por exemplo, os agri-
cultores precisam de orientação
para não plantarem toda a área
de uma vez e, assim, acabarem
colhendo também em uma única
vez”, ressalta o coordenador. “O
plantioprecisa ser escalonado, de
maneira que a colheita possa ser
feita em mais dias, garantindo a
oferta de alimento constante, tan-
to para o próprio consumo quan-
to para a comercialização”.
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JORNAL DA
EMATER
JUNHO de 2017