A
famíliaSulzbach,nointerior
de Estrela, conseguiu ex-
pandir as atividades graças
aos programas de crédito
rural. Oagricultor Ernei, 47 anos, faz
uso desse tipo de recurso há quase
20 anos, desde 1998. Em sua pro-
priedade foram financiados trator,
concha, espalhador de esterco,
distribuidor, colchões para as va-
cas, aviário e automatização da
alimentação, entre outros.
Entre as ações de assistên-
cia técnica e extensão rural da
instituição está o repasse de in-
formações e o auxílio aos agri-
cultores para poder acessar os
programas de financiamento.
“A Emater faz o projeto para
que o produtor possa buscar o
crédito no banco, embasado
nas características e necessi-
dades da propriedade, além
de orientar e acompanhar
para que a mesma se enqua-
dre nas exigências do Pronaf:
comprovação de ser agricultor
familiar; ter no mínimo 50%
da renda advinda do meio
rural; residir no local ou bem
próximo, e ter renda bruta que
não ultrapasse a R$ 360 mil
por ano”, destaca o engenhei-
ro agronômo do Escritório da
Emater/RS-Ascar de Estrela,
Álvaro Figueira Trierweiler.
Opapel da Emater/RS-Ascar
Créditoparasemear
avidanocampo
Fôlego para crescer:
Famíliade Ernei Sulzbach,
que investe na criação de
frangos, suínos e gado de leite
emEstrela, no Vale do Taquari,
lançoumão de crédito rural
para expandir os negócios
Os dois filhos e a esposa Sir-
lei, 40 anos, também trabalham
na propriedade. Karina, de 20, e
Enedir, de 16, estudamna cidade,
cursando a faculdade e o Ensino
Médio, respectivamente. A pro-
priedade conta somente com a
mão-de-obra familiar dos quatro
agricultores, que atualmente se
dedicam a um aviário com capa-
cidade para 35 mil frangos; à pro-
dução leiteira de 45 vacas (cerca
de 700 a 800 litros de leite por or-
denha) e à engorda de 360 suínos.
Os Sulzbach igualmente criam 40
novilhas, plantam pastagem na-
tiva e produzem silagem para a
alimentação dos animais.
A renda familiar varia de oito
a 10 salários mínimos mensais.
“Com o pouco estudo que eu eu e
minha esposa temos, jamais tería-
mos uma renda dessas na cidade.
Lá eu teria uma casa, um carro e,
talvez, um terreno. Seria apenas
mais um empregado de firma”,
compara. “Com acesso ao crédito
rural, um dinheiro bom, necessá-
rio, que podemos devolver com
pouco juro em um bom prazo,
ninguém manda em mim. Eu sou
dono do meu negócio e mando
emmimmesmo”, sentencia.
Ele se considera a prova viva
de que sem a possibilidade do fi-
nanciamento não haveria condi-
ções de viver no campo. “O que
a gente compra é caro e o que a
gente vende é barato. Aí, preci-
samos juntar em centavos para
conseguir comprar alguma coisa.
À vista, a gente não temcomo ad-
quirir”, avalia Ernei Schulzbach.
“A única alternativa é financiar
nossos investimentos para poder
viver da agricultura”, desabafa.
FINANCIAMENTORURAL
8
JORNAL DA
EMATER
agosto de 2017