O
setor de árvores plantadas fi-
gura entre as atividades que
conseguiramatravessar ope-
ríodo desfavorável da eco-
nomia brasileira com certo
equilíbrio. Coma alta do dólar e a queda do
consumonomercadodoméstico, asempre-
sas do ramo têm conquistado espaços no
mercado externo, em especial pela quali-
dade do produto. Hoje, a celulose brasilei-
ra é reconhecida em todo o mundo por sua
excelência. Além disso, o País possui par-
que industrial moderno, com a melhor en-
genharia genética arbórea entre todas as
nações, bem como a maior produtividade
mundial de florestas plantadas.
Em2016, apesar do cenário de crise na-
cional, a cadeia produtiva apresentou re-
sultados positivos. A Indústria Brasileira
da Árvore (Ibá) aponta que, no acumula-
do entre janeiro e novembro, a balança co-
mercial registrou saldo positivo de US$ 6
bilhões (+2,3%). A celulose contribuiu po-
sitivamente com mais de US$ 4,7 bilhões
(-0,1%), o papel com US$ 1 bilhão (+9,7%)
e os painéis de madeira com US$ 220 mi-
lhões (+29,4%). “O aumento nas exporta-
ções dos produtos provenientes do setor
brasileiro de florestas plantadas vem con-
tribuindo positivamente com o resultado
de sua produção”, destaca a presidente da
Ibá, Elizabeth de Carvalhaes.
Nos 11 primeiros meses do ano, o seg-
mento de celulose apresentou taxa média
de crescimento de produção de 8,5%, im-
pulsionado sobretudo pelo aumento de
11,6% na venda para o mercado externo.
O setor de celulose brasileiro exporta gran-
de parte de sua produção, quase 70%, sen-
do a China o principal destino, com 37,9%
de participação (US$ 1,9 bilhão). Já as ex-
portações de papel cresceram2,5%no acu-
mulado do período. Nomercado de painéis
de madeira, as exportações subiram 65,2%
de janeiro a novembro de 2016, o que foi
importante para ajudar a escoar os produ-
tos destinados ao mercado doméstico, que
apresentou redução de 3,3%.
Conforme Elizabeth, atualmente o Bra-
sil é referência em silvicultura, mas ainda
tem muito potencial para crescer. São 851
milhões de hectares de florestas, sendo
que apenas 0,8%correspondema florestas
plantadas. “O setor brasileiro de florestas
tornou-se, nos últimos anos, um dos mais
relevantes no cenário global. Com área de
7,8 milhões de hectares de árvores planta-
das, é responsável por 91% de toda a ma-
deira produzida para fins industriais no
País e um dos que apresenta maior poten-
cial de contribuição para a construção de
uma economia verde”, defende. A expecta-
tiva é continuar progredindo para atender
às projeções de consumo.
Até 2050, o consumo de madeira deve
triplicar em relação ao de hoje em todo
o mundo, alcançando 10 bilhões de me-
tros cúbicos. Os países comercializam por
ano cerca de US$ 250 bilhões de produtos
de madeira, sendo que o Brasil, mesmo
com suas vantagens competitivas, parti-
cipa com apenas 3% desse forte merca-
do. “A expectativa é de que o País triplique
sua área de atuação até 2020, com proje-
tos que superam R$ 36 bilhões em inves-
timentos e gerarão a inclusão de cerca de
8,2 milhões de toneladas de celulose e
750 mil de toneladas de papel.”
Lenhana
fogueira
Nemmesmoacriseestancouocrescimentodasilvicultura,quesomou
resultadosmuitopositivosnoacumuladodos11primeirosmesesde2016
MEIOAMBIENTE
Para a Indústria Brasileira da Árvore (Ibá), a silvicultura e o setor brasileiro de árvores plantadas têmpapel fundamental na preservação
ambiental e na recuperação de áreas previamente degradadas pela ação do homem, contribuindo diretamente para a proteção dos ecos-
sistemas naturais e da sua biodiversidade. Apresidente executiva da entidade, Elizabethde Carvalhaes, acredita que a expansãodas flores-
tas plantadas e a restauração de áreas degradadas têm potencial de contribuir indiretamente com a redução do desmatamento ilegal, ao
mesmo tempo emque aumentamos estoques de carbono. “E o potencial do setor é grande: os 7,8milhões de hectares de árvores planta-
das representammenos de 1%do território nacional, commuito espaço e oportunidades para crescer, emáreas previamente deterioradas
por outros usos. Em2015, o setor foi responsável por restaurar 45mil hectares de áreas degradadas”, informa.
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