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VENDAS EXTERNAS
A exportação brasileira de carne bovina –
in natura
, industriali-
zada, cortes salgados e miúdos – alcançou 1,53 milhão de tonela-
das no acumulado de 2017, volume 9,5%maior do que o total em-
barcado no ano anterior. São dados da Associação Brasileira das
Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). O total da receita cambial
coma exportação de 2017 foi de US$ 6,28 bilhões, o que representa
14%amais do que o obtido em2016. Hong Kong, China, Irã, Egito e
Rússia foram os grandes clientes.
nais aumentem ainda mais. Os resultados
de 2017 foram positivos para a exportação,
uma boa surpresa depois dos respingos da
Operação Carne Fraca e da delação premia-
da dos irmãos Wesley e Joesley Batista, do-
nos da JBS, naOperação Lava Jato.
Relatório do Centro de Estudos Avança-
dos em Economia Aplicada (Cepea), da Es-
cola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
(Esalq), vinculada à Universidade de São
Paulo(USP),indicaque,passadaaturbulên-
cia e constatada a capacidade de reorga-
nização e de reação às intempéries de 2017,
o setor pecuário iniciou 2018 mais otimista,
porématento. “Espera-se cenário economi-
camente favorável nas esferas internacional
e nacional, que deve beneficiar a cadeia da
carne bovina”, registra o Cepea.
Ratificada pelo Fundo Monetário In-
ternacional (FMI), a expectativa de uma
evolução da economia global aponta para
a redução nas barreiras e para a ampliação
das oportunidades comerciais. No cenário
doméstico, a retomada do crescimento
pautada na diminuição da taxa de juros,
no controle da inflação, na estabilidade do
câmbio, na redução do desemprego e na
melhoria do Produto Interno Bruto (PIB)
favorece o consumo de proteínas. O Ce-
pea projeta aumento de 2,2% no consumo
brasileiro de carne bovina em2018.
A contaminação do mercado por fa-
tores externos torna a cadeia produtiva
precavida. Aspectos políticos relacionados
às reformas da previdência e tributária e
eleições gerais podem interferir no câmbio,
na inflação e nos resultados da pecuária. É
bom lembrar que animais que não entra-
ram em confinamento em 2017 e o maior
abate de fêmeas podem pressionar o mer-
cado. E a safra agrícola menor refletirá em
maiores preços da ração. A reposição pode
deixar uma margemmenor. Isso leva o pe-
cuarista a buscar mais segurança para se
precaver dos custos mais altos e da menor
rentabilidade. E há débitos do Fundo de
Assistência ao Trabalhador Rural (Funru-
ral) a serempagos.
AlcidesTorres,analistadaScotConsulto-
ria, lembraque2017 foimarcadopor impac-
tos que não fazem parte dos fundamentos
da pecuária. “A lição que fica é a da neces-
sidade de evitar riscos. Para isso, é impor-
tante que o pecuarista utilize as ferramen-
tas disponíveis, como a compra e a venda
casadas, a venda futura e omercado de op-
ções”, refere. “Em2015 e 2016, quem travou
preços conseguiu realizar lucro. Em2017 foi
mais complicado, mas ainda assim o me-
canismo trouxe segurança”. Conforme ele, o
menor riscoafetaamargemde lucro. “Masé
melhor optar pela segurançadoque realizar
prejuízo”, emenda. Para utilizar essas ferra-
mentas, o produtor precisa tambémter boa
gestão e bomcontrole dos custos.
Do ponto de vista internacional, o Bra-
sil não terá problemas com seus concor-
rentes. Estados Unidos, Austrália, Índia e
China têm desafios frente à produção, se-
jam eles estratégicos, climáticos ou de bar-
reiras político-religiosas.
ÊRABOI •
HEYOX
Desempenhodas exportaçõesbrasileirasde carne bovina (emEq. carcaça)
2017
2016
%(2017x2016)
US$
Ton.
US$/
US$
Ton.
US$/ US$ Ton. US$/
Ton.
Ton.
% % Ton.%
5.085.638 1.209.976 4.203 4.349.284 1.077.334 4.037 17% 12% 4%
Fonte:Abiec, janeirode2018.
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