O brasileiro nunca comeu tanto ovo. Em
2015, foram consumidos 191 por habitan-
te, segundo dados da Associação Brasileira
de Proteína Animal (ABPA). O crescimento
constante nos últimos anos mostra que está
superado o estigma de que o ovo é o princi-
pal causador do colesterol. Isso fez com que
a população olhasse com mais voracidade
para este alimento, que acompanha a huma-
nidade desde os primórdios.
Aliás, o produto passou de vilão a ami-
go da saúde. Na condição de proteína ani-
mal mais barata do mercado e de um dos
alimentos mais completos indicados para
todas as faixas etárias, o ovo acabou sendo
uma opção interessante em meio à crise
econômica que abateu o Brasil. Em 2015,
foram 39,5 bilhões de unidades consumi-
das no País. Em 2010, o volume não che-
gava a 29 bilhões.
Omercado interno segue representando
praticamente a totalidade do consumo. “O
ovo é um produto muito barato. Por isso, os
custos logísticos, desde o transporte, passan-
do pela carga tributária e pela morosidadade
do sistema portuário, diminuem a competiti-
vidade do setor", explica o presidente do Ins-
tituto Ovos Brasil, Ricardo Santin. "Enquan-
to o mercado interno seguir em expansão, o
setor consegue se ajustar”.
Oscilações bruscas no dólar, a inconstân-
cia no fornecimento de milho e o aumento
do custo de produção foram alguns dos fa-
tores que prejudicaram muito o segmento,
que conseguiu se equilibrar graças à deman-
da elevada. “O custo para produzir no Brasil
é muito elevado. Em alguns casos, tem mais
gente para cuidar da parte fiscal, tributária e
administrativa do que propriamente da pro-
dução”, enfatiza Santin.
Sendo o ovo uma
commodity
, as empre-
sas tentam se diferenciar no mercado com a
questão da transparência. Mais do que uma
embalagem bonita, Santin relata que as pes-
soas têm buscado saber das condições em
que os ovos são produzidos, principalmen-
te em relação à saúde e ao bem-estar animal.
O Sudeste é a região brasileira líder ab-
soluta na produção de ovos. São Paulo li-
dera com 33,24%. Minas Gerais vem em
segundo, com 11,5%; e Espírito Santo é o
terceiro, com 9,61% dos ovos produzidos
no Brasil. E mesmo com a exportação res-
pondendo por apenas 1% do volume pro-
duzido no Brasil, os mercados atingidos
pelas empresas brasileiras são muito signifi-
cativos. Ao alcançar clientes em locais como
Japão e Emirados Árabes Unidos, extrema-
mente exigentes, o produto brasileiro con-
sagra-se como de alta qualidade.
Eggs
OVOS
grossa
Casca
Mesmo com problemas
no custode produção,
as indústrias de
ovos celebramo
crescimentodo
consumo e o equilíbrio
entre oferta e demanda
Robispierre Giuliani
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