A
soja reina absoluta na venda
de produtos para defesa ve-
getal no Brasil. A cultura re-
presenta cerca de 55,7% das
vendas de fungicidas, inseti-
cidas, herbicidas e outros produtos do gê-
nero utilizados para defesa das plantas. O
milho vem em segundo lugar, com 10,4%,
somando a safra e a safrinha, seguido pela
cana-de-açúcar, com 9,6%. Mesmo com o
bom desempenho da cultura nos últimos
anos, o mercado de defensivos agrícolas
segue estável no País.
O descolamento entre o aumento da
produção e a venda de produtos de defesa
vegetal se dá por dois motivos principais,
segundo a diretora-executiva do Sin-
dicato Nacional da Indústria de Produ-
tos para Defesa Vegetal (Sindiveg), Sílvia
Fognani. “Com a crise econômica, mui-
tos produtores decidiram baixar seus es-
toques. Ou seja, deixaram de comprar o
produto. Outro ponto é o mercado ilegal,
que alcança fatia considerável da comer-
cialização em território nacional, com
produtos vindos principalmente da Bolí-
via, do Paraguai e do Uruguai”, ressalta.
Para 2018, além destes dois fatores, Síl-
via acredita que outros dois elementos vão
pesar para o desempenho do setor: o fe-
chamento de fábricas na China e o perío-
do de eleições, que sempre gera incerte-
zas. “Quando é ano eleitoral, normalmente
há um cuidado pela insegurança quanto
ao futuro. É normal. Temos de estar prepa-
rados. Já em relação à China, a questão é
mais complexa e afeta muito o nosso mer-
cado”, comenta, destacando que desde o
início do ano dezenas de plantas foram fe-
chadas em três províncias chinesas, Hebei,
Henan e Shandong. Como resultado, con-
forme o Sindiveg, o volume e os custos de
produtos importados ao Brasil para o setor
de defensivos agrícolas serão impactados,
gerando consequências no valor final de
venda para o agricultor.
Em relação aos adubos, o desempe-
nho é similar. Entre janeiro e novembro
de 2017, foram entregues cerca de 32,08
milhões de toneladas do produto, segun-
do a Associação Nacional para Difusão de
Adubos (Anda), com acréscimo de 2,1%
em relação ao ano anterior. Em nutrien-
tes, as entregas de fertilizantes nitroge-
nados (N) apresentaram queda de 3,8%
nos 11 primeiros meses do ano, atingin-
do 3,7 milhões de toneladas, reflexo da
antecipação do fornecimento para o mi-
lho segunda safra ocorrido no final de
2016 e da queda nas entregas para as cul-
turas do trigo e do milho verão.
Os fertilizantes fosfatados (P2O5) apre-
sentaram alta de 1,4% no mesmo perío-
do, alcançando 4,76 milhões de tonela-
das, com ênfase na cultura da soja, além
do algodão. Os fertilizantes potássicos
(K2O) tiveram avanço de 1,8%, reverten-
do queda registrada até o final de setem-
bro. O Estado do Mato Grosso concentrou
o maior volume de entregas entre janeiro
e novembro de 2017, com 6,276 milhões
de toneladas (19,5%), seguido pelo Rio
Grande do Sul, com 4,06 milhões (12,7%).
São Paulo, com3,98milhões, foi o terceiro
maior consumidor (12,4%).
A estabilidade
como
insumo
Segmentoprojeta 2018 semgrandes alterações
de crescimentodevido à conjuntura política,
aos estoques altos no campo e aomercado ilegal
Insumos
inputs
Inor Ag. Assmann
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