l
SAÍDAS
As exportações de milho totalizaram 29,246 milhões de tonela-
das e US$ 4,567 bilhões em2017, comas respectivas altas de 33,9%e
24,9%emrelaçãoa 2016, apontao sistemaAgroStat, doMinistérioda
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Na avaliação do pre-
sidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abrami-
lho), Alysson Paolinelli, o mercado encontrava-se positivo para o ce-
real em janeiro de 2018 e, por esse motivo, os produtores tendiam a
persistir no plantio, pois os importadores estariam ávidos pelo grão.
“Não podemos perder o espaço conquistado. Temos como avançar
aindamais na venda do produto para o exterior”, conclui.
R$ 35,4 bilhões para a safra 2017/18, 30%
a menos do que a estimada para a ante-
rior, influenciada pelos baixos preços e
pela menor produção.
A colheita de milho verão ou de primei-
ra safra foi de 30,46 milhões de toneladas
na etapa 2016/17, com 18% de aumen-
to. O resultado positivo foi proporcionado
pelo acréscimo de 2,4%na área plantada e
de 15,5% na produtividade. Na temporada
2017/18, a previsão da Conab é de que se-
jam colhidas 25,17 milhões de toneladas,
com 17,3% de redução. Na segunda safra
2016/17, a produção foi de 67,35 milhões
de toneladas, com 65% de acréscimo. O
impulso veio da ampliação de 15%da área
e da alta de 44%na produtividade. Na pró-
xima safra, a previsão é ofertar 67,17 mi-
lhões de toneladas, 3%amenos.
O plantio total de milho deve ocupar
área de 17,085 milhões de hectares na
fase 2017/18, com redução de 2,9%, con-
forme a Conab. O recuo reflete a queda
de preço provocada pela grande oferta do
produto na temporada anterior. Nas últi-
mas safras, a tendência temsido transferir
o plantio do cereal para a segunda safra,
depois da colheita da soja. No entanto, o
tamanho da área varia de acordo coma ja-
nela climática para o milho.
A produtividade média esperada é de
5.405 quilos por hectare, queda de 8,2%
na comparação com o período 2016/17.
O milho é produzido em todos os esta-
dos do Brasil. Os maiores produtores do
grão são Mato Grosso e Paraná, que res-
pondem por 30% e 17% do volume total,
respectivamente.
O recorde de produção tanto no Brasil
quanto no mundo (1,075 bilhão de tone-
ladas) pressionou os preços em 2017. Pes-
quisas do Centro de Estudos Avançados
em Economia Aplicada (Cepea), da Esco-
la Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
(Esalq), vinculada à Universidade de São
Paulo (USP), revelaramqueoano começou
com cotações elevadas, favorecidas pela
menor oferta em 2016. Mas a chegada do
grão da primeira safra pressionou com for-
ça os valores internos. No primeiro semes-
tre de 2017, o indicador do milho Esalq/
BM&FBovespa, de Campinas (SP), despen-
cou 33,8%. As baixas foram influenciadas
pela perspectiva de aumento da produção
da segunda safra e do clima favorável ao
desenvolvimento das lavouras.
Com a confirmação da maior oferta re-
gistrada na segunda safra 2016/17, o valor
pago ao produtor em algumas regiões fi-
cou abaixo do preço mínino estabeleci-
do pelo governo federal. Neste cenário,
o governo interveio, no intuito de susten-
tar o preço ao produtor e favorecer o es-
coamento da produção, principalmente
do milho do Centro-Oeste. A Conab reali-
zou 17 rodadas de leilões entre abril e se-
tembro de 2017. No segundo semestre de
2017, insatisfeitos com as quedas nas co-
tações, produtores e vendedores adiaram
as negociações do cereal. Esta medida e o
aumento das exportações garantiram os
valores ao longo do semestre, período em
que o Indicador Campinas subiu 32,5%.
69